Quando os primeiros casos de Covid-19 foram confirmados no Brasil, o medo de adquirir a doença pairava no dia a dia das pessoas. Álcool em gel, máscara e distanciamento social foram práticas incluídas na rotina de cada um. Alguns seguiram à risca, outros demoraram para incorporar tais medidas. Há aqueles que, até hoje, mesmo com decretos estaduais exigindo o cumprimento dessas ações, não o fazem. Por sorte, alguns ainda estão vivos. Mas uma coisa é certa: com mais de 300 mil mortes no país, o assunto não é brincadeira, muito menos uma doença a ser subestimada.
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Ainda dentro desse tema, outro assunto vem chamando a atenção de cientistas e profissionais de saúde: os casos de reinfecção. Durante algum tempo, existia a dúvida sobre ser possível um indivíduo ser reinfectado pela Covid. Hoje, com o avanço das pesquisas, o consenso está formado: é possível sim.
“Se a gente pegar um número de pessoas que tiveram essa reinfecção e comparar com um número de pessoas que tiveram a primeira infecção, parece ser uma proporção pequena de indivíduos, grosseiramente 1% dos indivíduos que tiveram voltaram a ter uma reinfecção. Então é mais uma exceção do que regra, casos assim”, detalha o infectologista Keny Colares.
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Mas aí, com essa constatação, eis que surge uma nova dúvida: quantas vezes é possível ser reinfectado? Já existe uma pesquisa sobre isso? A resposta é que sim, mas o tempo é pouco, o vírus é mutável e embora seja o assunto mais estudado em medicina na atualidade, há mais perguntas do que respostas. O fato é que diversos fatores podem ser determinantes para casos de reinfecção, e ainda não há consenso de como eles interagem entre si. Algumas pistas indicam que pessoas podem ser reinfectadas quando entram em contato com novas cepas, ou quando a “capa” da imunidade transitória perde o seu poder.
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O cenário é, de fato, angustiante, e por isso a vacina é a grande esperança. Garantindo as doses necessárias e seguindo as recomendações, inclusive a continuidade das medidas sanitárias pós-imunização, é a saída para termos êxito nesse combate.
“As vacinas liberadas protegem aparentemente bem para formas mais graves , mas após semanas da segunda dose a quase todas elas. Então entre a primeira dose e a segunda, ou poucos dias após a segunda dose, é possível ser infectado sim e com formas graves. Importantíssimo ressaltar então que nem a doença em si nem a vacina ainda são garantias excepcionais de não reinfecção , logo, ao ser vacinado, ou estar saindo de uma Covid, tem-se que ter os mesmos cuidados de antes, como distanciamento, álcool em gel e máscaras”, relata Marcelo Lopes, intensivista do Hospital Geral de Fortaleza e da Maternidade Escola Assis Chateaubriand.
Então a regra é clara: enquanto os cientistas correm contra o tempo para decifrar o vírus e suas variantes, foco nas vacinas e nos cuidados.