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Variante Delta no Brasil: o que se sabe sobre a nova cepa do coronavírus

Secretaria de Saúde confirma 1º caso de transmissão comunitária da variante Delta do coronavírus no Ceará

Casos de variante delta seguem sendo monitorados no Ceará. Foto: Handout

A capacidade de mutação do Sars-CoV-2, o coronavírus, está entre os maiores obstáculos para superar a pandemia que vivemos atualmente. Nos últimos meses, uma nova ameaça vem sendo alertada pelas autoridades de saúde em todo o mundo: a variante Delta, que foi identificada originalmente na Índia.

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O motivo da preocupação, segundo os especialistas, é que essas variantes podem ter uma maior capacidade de transmissão e reinfecção, além de, em algumas situações, apresentarem resistências às vacinas, colocando em risco a imunização da população. Foi uma outra variante, a Gama, identificada primeiramente em Manaus, que impulsionou a segunda onda da pandemia no Brasil, período em que o País mais acumulou mortes por causa da covid-19.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 100 países já identificaram casos de pessoas infectadas com a variante Delta. No Brasil, já existem pacientes infectados com esta mutação em alguns estados, como São Paulo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro.

O GCMAIS conversou com especialistas para tirar algumas dúvidas sobre esta nova variante que já circula no Brasil. Confira:

Quais são os principais riscos da variante Delta?

Em entrevista ao Grupo Cidade de Comunicação, o infectologista do Hospital São José, Érico Arruda, ressalta que esta mutação que foi identificada primeiramente na Índia preocupa as autoridades pela sua capacidade de ser transmitida com maior facilidade.

“De fato é uma preocupação porque o que tem se visto em outros países é que essa variante é mais transmissível”, explica o médico, acrescentando que pesquisas recentes indicam que a produção de anticorpos das pessoas vacinadas contra a covid-19 pode não ser o suficiente para inativar a variante Delta.

“Os estudos realizados com as pessoas que foram vacinadas mostram que a produção de anticorpos não é suficiente para inativar totalmente a replicação dessas variantes”, pontua.

As vacinas são eficazes contra esta variante?

Apesar do que indicam estes estudos, as vacinas usadas contra a covid-19 ainda são consideradas eficazes contra esta variante. “[Esses estudos] não dizem que as vacinas não protegem, mas que a produção de anticorpos e a qualidade deste anticorpo é um pouco diferente para a proteção contra esse vírus”, explica o infectologista Érico Arruda.

Estudos recentes, feitos pelo Instituto Pasteur, da França, indicam que as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer são eficazes contra esta nova variante, mas há uma diferença considerável entre as pessoas que tomaram um ou duas doses.

“Uma única dose de Pfizer ou AstraZeneca foi pouco ou nada eficiente contra as variantes Beta ou Delta. Ambas as vacinas geraram uma resposta neutralizante que afetou de maneira eficiente a variante Delta somente depois da segunda dose”, afirmam os autores do estudo.

Estima-se que pessoas que tomaram uma dose de vacinas contra covid-19 possuem uma proteção de 10% contra esta mutação. Já os que tomaram duas doses, possuem 95% de defesa contra este vírus.

Esta mutação já está no Ceará?

A variante Delta já foi identificada em diversos estados brasileiros, mas ainda não há nenhum caso comprovado de pessoas infectadas com esta cepa no Ceará. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), apenas a variante Gama, identificada primeiramente em Manaus, está em circulação nesta região.

Porém, os especialistas alertam que, diante do potencial de transmissão da variante Delta, há o risco de que ela chegue ao Estado e, por isso, é importante manter todos os cuidados contra o coronavírus.

Confira o vídeo sobre a variante Delta do Jornal da Cidade

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