Uma pesquisa norte-americana identificou o vírus “Epstein-Barr” (EBV), vetor do “doença do beijo”, como possível causador da esclerose múltipla. Os resultados foram publicados no último dia 13 na revista Science.
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A esclerose múltipla é uma doença autoimune que ataca o sistema nervoso central, levando à incapacidade total do indivíduo em casos mais severos. Os sintomas incluem formigamento nas extremidades, no tronco ou na face, fraqueza ou atitudes desajeitadas em um membro inferior ou na mão e distúrbios visuais. A doença afeta também a parte cognitiva, levando a quadros de desatenção e dificuldade de julgamento.
O vírus Epstein-Barr, também conhecido como herpesvírus humano 4, é o causador da mononucleose infecciosa, mas também está associado a alguns tipos de câncer, como o linfoma de Hodgkin. O EBV pode, segundo os pesquisadores de Harvard, após a mononucleose infecciosa, “estabelecer uma infecção latente e vitalícia no hospedeiro”.
Para determinar a conexão entre o vírus e a esclerose múltipla, os cientistas analisaram mais de 10 milhões de jovens adultos na ativa nas Forças Armadas dos Estados Unidos. Eles coletaram amostras de soro dos militares a cada dois anos. 955 deles foram diagnosticados com esclerose múltipla durante o período de serviço.
Como o acompanhamento foi periódico, eles conseguiram verificar desde o início quais já tinham tido contato com o EBV e os que tiveram contato ao longo do estudo. Entre os que foram infectados pelo vírus da “doença do beijo” no primeiro ano de serviço, o risco de esclerose múltipla aumentou em 32 vezes.
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