Seguindo essa repaginação, o breaking surge como uma das duas grandes novidades deste evento esportivo
Olimpíada busca transição para público jovem com breaking e modalidades que focam criatividade
O maior evento esportivo do planeta vai ter início oficialmente nesta sexta-feira, em Paris, em busca de uma constante renovação em seu público. Além das competições consagradas ao longo de sua história, como as provas de atletismo, a Olimpíada deste ano da um espaço cada vez maior para modalidades que se destacam pela criatividade e pela arte, de olho em uma fatia generosa de novos fãs do esporte. Dentre as dezenas de modalidades, que contarão com cerca de 11 mil atletas, duas chamam a atenção: o breaking e a canoagem slalom extremo.
Empenhado em uma política de Jogos Olímpicos mais inclusivos, com destaque para o equilíbrio de gênero, o Comitê Olímpico Internacional (COI) apostou em esportes que destacam ainda o desempenho atlético e uma boa dose de radicalidade. Dentro desse contexto, a escalada esportiva, o skate e o surfe, que marcaram suas estreias na última edição olímpica, foram mantidas para Paris-2024.
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Para Ary Rocco Júnior, professor de gestão esportiva na Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE-USP) e ex-presidente da Associação Brasileira de Gestão Esportiva (Abragesp), o caminho utilizado pelo COI é mesmo de uma identificação maior com o público jovem.
Olimpíada busca transição para público jovem com modalidades que focam na criatividade
“As novas modalidades que o COI têm inserido no cardápio dos Jogos Olímpicos, como o breaking e o caiaque cross indicam isso. Aí a gente pega Tóquio com surfe, skate, e escalada esportiva, e observamos que são tentativas de modernizar o evento como um todo. Com o desenvolvimento das redes sociais alguns estudos mostraram que as novas mídias têm um poder de segmentação muito maior do que as mídias tradicionais (TVs, rádios, jornais e sites). Essa tendência permite que as pessoas sigam mais de perto o que gostam. Alguns estudos de psicologia social mostraram que as modalidades mais tradicionais vêm sofrendo uma diminuição de interesse”, afirmou.
Rocco disse ainda que o COI sempre foi uma entidade atenta a essas transformações. No entanto, ele disse não acreditar que as provas mais tradicionais venham a desaparecer do cardápio dos Jogos. “Não tenho dúvida de que o objetivo dessas novas modalidades é relacionado a atrair o público mais jovem, que se informa e se comunica basicamente pelas redes sociais. O COI sabe muito bem explorar o evento que eles têm na mão. Mas também não consigo imaginar a organização abrindo mão de provas mais tradicionais”.
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Ele ainda completa a sua linha de raciocínio destacando o trabalho elaborado em cima das novas tendências. “O COI tem um grupo de trabalho especializado em propor novas modalidades esportivas. Daí eles fazem estudos. Nada é de uma hora para outra (sobre novas modalidades em eventos da magnitude de uma Olimpíada).”
BREAKING
Seguindo essa repaginação, o breaking surge como uma das duas grandes novidades deste evento esportivo. A origem dessa arte, que ganha a roupagem de competição, vem das ruas do Bronx, em Nova York, na longínqua década de 1970. O batismo aconteceu nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2018 e sua popularidade foi fator determinante para ganhar espaço na lista de modalidades olímpicas.
Com um ritmo que contagia o público, essa dança urbana é composta por movimentos muitas vezes acrobáticos, o que demanda uma boa condição atlética e também muita técnica para executar as coreografias. A energia e o carisma do competidor, aliado a sua criatividade, compõem as apresentações dos candidatos.
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As disputas nos Jogos de Paris-2024 são feitas para homens e mulheres. A Praça da Concórdia vai ser o pano de fundo para os duelos entre os 16 B-Boys e 16 B-Girls. A prova tem início a partir de um ritmo escolhido por um DJ. Contando com 32 atletas no total (16 para cada categoria). Cada apresentação tem um tempo máximo de 60 segundos e os candidatos vão se enfrentar em apresentações individuais.
CANOAGEM
De olho nessa linha mais radical, a canoagem slalom vai ganhar mais uma modalidade em Paris: o caiaque cross. Também conhecido como caiaque extremo, a prova conta com quatro competidores que iniciam a prova de forma simultânea a partir de uma rampa.
Dada a largada, eles vão ter que encarar um percurso cheio de dificuldades onde a perícia, o arrojo e a técnica nas tomadas de decisão serão fundamentais para conseguir cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.
A aposta na modalidade reforça a intenção do COI em integrar às Olimpíadas, provas que prendam a atenção do público jovem com disputas carregadas de emoção e adrenalina até o final.
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