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Educação midiática já!

As eleições deste ano são um grande teste sobre a influência e a força das fake news. Há quatro anos vimos a potencialização desse fenômeno, que embora não seja atual, está a um clique de outros milhares de pessoas. Naquele ano, a vitória da Democrata Hillary Clinton parecia clara nas eleições americanas, mas foi Donald Trump quem ganhou. A estratégia adotada pelo Republicano foi a apropriação de notícias falsas para deturpá-la ao seu favor.

Dois dias após as eleições americanas de 2016, durante uma conferência tecnológica, Mark Zuckerberg abriu uma discussão sobre a veracidade dos conteúdos que as redes sociais deixam circular: “Pessoalmente, acredito que dizer que as fake news no Facebook – que são uma parte muito pequena do conteúdo – influenciaram a eleição é uma ideia bastante disparatada”. Talvez Zuckerberg não imaginava que sua fala ainda fosse render o bastante, ao ponto da própria empresa que administra pensar em iniciativas com a finalidade de colaborar com a checagem de informações, reconhecendo o real perigo da desinformação para o mundo.

Na tradução literal das palavras, fake news são “notícias falsas” que podem se originalizar em uma variedade de desinformação que, conforme a escritora Pollyana Ferrari, pode “variar entre a correta utilização de dados manipulados, a utilização errada de dados verdadeiros, a incorreta utilização de dados falsos e outras combinações possíveis”. Ações de fact-checking ganharam força mundialmente no combate ao que ela classifica como “praga midiática”, verificando a procedência ou improcedência dos fatos com a devida responsabilidade.

No entanto, duvidar de fatos não pode ser tão somente uma função elementar do jornalismo. Precisamos educar os leitores a ter um pensamento crítico para que, a partir disso, eles possam duvidar antes de compartilhar. Com o passar dos anos, o contexto social foi propício para o crescimento da desinformação, já que mais seres humanos ganharam conexão com o planeta. Somente no Brasil, somos 134 milhões de irmãos na rede, o que representa 71% dos domicílios com acesso à internet, segundo a pesquisa do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Esses números levantam ainda mais a necessidade de educar midiaticamente a população, que tem a ver com a diversidade de vozes, com a democracia e com formas de combate ao ódio. Em uma das ações de verificação dos fatos que o Facebook conta, o usuário pode optar por “obter apoio ou denunciar publicação” e, em seguida, pode escolher por categorizar o conteúdo como “Notícia falsa”. Mas, como fazer isso se as pessoas não são devidamente educadas para reconhecer esse tipo de conteúdo?

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Precisamos trabalhar em respostas para esse tipo de situação, pois há muito tempo a informação deixou de ser apenas fator de acréscimo cultural ou recreação para uma sociedade e tornou-se essencial à vida das pessoas.

Eliezio Jeffry é jornalista, assessor de imprensa, com interesse em temas como fake news, influência das redes sociais no agendamento da mídia e jornalismo policial

As opiniões não refletem o posicionamento do Grupo Cidade de Comunicação.

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