Depois da Física comprovar que o tempo transcorre de maneira diferente para diferentes observadores, compreender a variação no ânimo entre os candidatos que irão disputar o segundo turno ficou mais simples.
Metade deles é só alegria, energia e animação. Para esses, os catorze dias até o segundo turno parecerão uma eternidade. Mas, para a outra metade, descansar na segunda-feira depois do domingo, dia 15, foi só uma desculpa para não ter que encarar o desânimo com as equipes sobrecarregadas, os recursos se esvaindo e os marqueteiros de cara amarrada. Para esses, caro (e)leitor, as próximas duas semanas serão como um piscar de olhos.
Isso acontece porque, praticamente, todos os manuais eleitorais dizem que eleições em dois turnos são duas eleições. Mas a história recente mostra que quase nunca funciona desse jeito, e quem “faz o diabo” para conseguir a vaga no “mano a mano”, geralmente acorda com ele no domingo decisivo.
Com a internet guardando para a posteridade qualquer cutucada no nariz do candidato, pensar que as ações de primeiro turno não impactarão os eleitores, no dia 29 de novembro, é tão errado quanto pesquisa falsa, derrame de santinho ou compra de voto.
Embora seja o segundo turno mais curto que já vivenciamos, ainda dá tempo de mudar muita coisa na campanha. Trocar o entendimento da equipe de marketing, repor peças e acrescentar outras são boas maneiras de dar cara nova para um carro de corrida bem rodado e no limite.
Começar motivado, com leves mudanças e com um olhar de futuro são boas formas de mostrar para o eleitor que você, candidato, não está apenas cumprindo tabela neste segundo turno. Sentidos, temperaturas e direções são variáveis que se invertem todos os dias. A Física está aí para provar.
Pedro Senna
Analista Político, Marqueteiro e
Especialista em Comunicação Eleitoral