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A evolução e conquistas do futebol feminino no Brasil

Nem os fãs que acompanham de perto o campeonato brasileiro de futebol feminino, em seu pleno retorno às atividades após paralisação em razão da pandemia, poderiam imaginar que, em 2020, ao menos no discurso do secretário geral Walter Feldman, o futebol feminino receberia o mesmo tratamento do masculino.

Isso porque o campeonato feminino seguiu os mesmos protocolos de segurança adotados no campeonato brasileiro de futebol masculino e fora custeado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – incluindo uma verba de 120 mil reais enviada no início da pandemia para as equipes das séries A1 e A2.

As condições em que o futebol feminino se constituiu ao longo das décadas são completamente diferentes das do masculino. No Brasil, o Jornal A Gazeta anunciou a primeira partida de futebol feminino em 1921, entre as Senhoritas Tremembenses e as Senhoritas Catarinenses, em meio às festas juninas. Antes disso, a figura feminina era parte secundária do esporte, apenas como moças recatadas ao lado de seus maridos nas arquibancadas.

A entrada da mulher no mundo esportivo foi lenta, discreta e marcada por muita luta. No futebol, o primeiro grande golpe foi dado pelo Conselho Nacional de Desportos (CND), que, em 1941, por meio do decreto-lei 3.199, em seu artigo 54, determinou: “às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”.

A CBF organizou em 2013 o primeiro campeonato brasileiro. Antes disso, a entidade organizava a Copa do Brasil, campeonato de mata-mata entre as equipes mais bem classificadas no ranking da modalidade. Mais recentemente, em 2017, a entidade alterou o formato do campeonato brasileiro feminino, criando as séries A1 e A2, ambas com 16 times cada. O campeão da série A está automaticamente indicado como representante brasileiro na Copa Libertadores da América.

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Mesmo num cenário promissor, não há como fazer comparações entre o futebol feminino brasileiro e o futebol praticado nos países “de primeiro mundo”. Nações como o Brasil, que ainda estão em processo de desenvolvimento econômico, político e social, conforme mencionado anteriormente na história do futebol feminino, levarão um pouco mais de tempo para se estabilizarem, mas certamente alcançarão as grandes conquistas e reconhecimento no esporte.

Marina Toscano Aggio de Pontes
Ex-atleta da Seleção Brasileira de Futebol e professora universitária

As opiniões não refletem o posicionamento do Grupo Cidade de Comunicação.

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