Opinião

Expectativas do mercado financeiro para o governo de Joe Biden

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4 de dezembro de 2020
Portal GCMAIS

Eleito como o novo presidente dos Estados Unidos, a consagração do democrata Joe Biden já está afetando o mercado financeiro mundial. Em seu perfil no twitter, ele declarou que será um presidente “para todos os americanos”, deixando claro suas expectativas para os próximos anos à frente da Casa Branca.

Expectativas do mercado financeiro para o governo de Joe Biden

Após o resultado das eleições, o mercado reagiu positivamente, com alta nas bolsas, atingindo cotação máxima histórica acima dos 98 trilhões de dólares – soma de todas as bolsas de ações do mundo. Nos dias seguintes, a bolsa brasileira alcançou o recorde de volume de negócios em um dia, com mais de R$51bi negociados.

O discurso de Biden provocou um movimento e uma troca de ativos aconteceu, quando os investidores passaram a alocar em papéis atrelados a valor. O novo presidente prometeu ação rápida contra a pandemia e uma transferência ordeira de poder. Isso trouxe uma percepção de redução de risco de um novo fechamento da economia americana, o que aliviou o mercado.

Como fatores positivos, a vitória do democrata propiciará um maior pacote de estímulos à retomada da economia. Biden prometeu em suas propostas “gastar o que for preciso” para conceder empréstimos a pequenas empresas e aumentar as transferências diretas às famílias.

Para o tesouro nacional, Biden escolheu a economista Janet Yellen como secretária do Tesouro, sinalizando que o novo presidente planeja agir agressivamente para reanimar a economia do mundo. Yellen já foi presidente do FED nos anos de 2014 até 2018. Caso a indicação se confirme, Janet será a primeira mulher a ocupar o cargo.

A guerra comercial China-EUA continuará, mas com tom de negociação menos agressivo, o que é bom para o mercado, pois torna mais previsível a criação de cenário de longo prazo para os gestores alocarem capital visando longo prazo. Além disso, é preciso avaliar a possível reaproximação com o Irã e fim das sanções, levando ao aumento da oferta de petróleo.

Como ônus, a possível reversão dos cortes de impostos de Trump e possibilidade de taxação de ganhos de capital. Também é importante avaliar a possível quebra do monopólio de empresas de tecnologia e regulações de setores como financeiro, energia e saúde. Como ameaça, um pacote de estímulo muito grande pode levar a um risco fiscal no país.

Rafael Meyer
MBA em Finanças pela Saint Paul e Head de Renda Variável

As opiniões não refletem o posicionamento do Grupo Cidade de Comunicação.

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