Chegou a hora de planejar, planejar e planejar a comunicação das organizações
Talvez uma das metáforas que mais se aplique a 2020, em contextos tanto pessoais quanto profissionais, é a que faz menção à troca do pneu do carro com ele andando. Com a diferença de que a troca, provavelmente, aconteceu nos quatro pneus e ao mesmo tempo, em função do impacto global e completamente imprevisível da pandemia.
Quantos negócios acabaram descontinuando suas atividades ou revendo sua rotina diária de funcionamento, nos últimos meses? Faço menção ao cenário, já abordado outras vezes, para colocar em pauta uma discussão fundamental nesta época do ano: o tempo que precisamos dedicar para planejar.
Sim, chegamos ao período em que avaliamos o ano que finda e começamos a estruturar os objetivos e os planos tático e operacional, para cumprir com estes objetivos no ano que vem. Um destes documentos é o plano de comunicação, que registra, com base no planejamento estratégico das empresas, como se dará o trabalho, a ser sistematizado, de relacionamento com os diferentes públicos de interesse.
Tenho ouvido de algumas organizações que se torna quase impossível planejar, já que continuamos, com maior ou menor grau a depender do segmento, em ambientes cuja imprevisibilidade prevalece. Entendo, em certa medida, os argumentos, mas tenho reforçado, de maneira ainda mais veemente, que precisamos sim planejar. No caso da comunicação, mais do que isso: precisamos priorizar o planejamento.
Foi na comunicação, ancorada na construção de mensagens adequadas ao contexto, no emprego da empatia e na escolha da transparência como percurso mais assertivo, que superamos e continuamos a superar muitos dos desafios. E este continua sendo o caminho.
Vai dar mais trabalho planejar? Vai porque teremos que ampliar os cenários, criando alternativas que deem conta da manutenção das restrições ainda vividas ou nos aproxime de realidades mais saudáveis, com a ampliação das possibilidades de estabelecer pontos de contato com quem nos interessa conversar.
Não podemos negar, e este é o momento mais adequado para se falar sobre isso, que erramos e acertamos, mas, acima de tudo, aprendemos muito este ano. E é olhando para as inúmeras curvas de aprendizagem, que conseguiremos vislumbrar um 2021, no mínimo, melhor. Sigamos atentos ao contexto, aos números da pandemia e, principalmente, às pessoas. Ou seja, privilegiando o planejamento.
Paulo Pinheiro Júnior
Jornalista e professor universitário
As opiniões não refletem o posicionamento do Grupo Cidade de Comunicação.
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