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A vida acontece na prática, o resto é teoria

Você já deve ter ouvido que “na prática a teoria é outra”. Isso mesmo. O real nos pega de “calças curtas”, nos surpreende. Por mais que estejamos afiados com as possibilidades e ousemos antecipar os desfechos, a vida, assombrosamente, revelará os seus inúmeros pontos cegos.

O real não mora nos livros, nem muito menos nas redes virtuais. Quem sabe ele passeie por esses ambientes e deixe alguns rastros, mas lá não fica.

Isso não é uma revolução contra as teorias, jamais. É apenas uma constatação de que o cotidiano, as relações com os outros e consigo, demarcam os limites da vida como ela é, com suas dores, suas frustrações e com a sua impermanência – calo maior da existência de quem pleiteia normalizá-la.

Leia, contemple os bons exemplos, busque ajuda. Nada disso deve ser invalidado, mas não seja tolo em confundir a aquisição de repertório com o fim da angústia – leia-se: incerteza.

É importante encontrar um jeito próprio e sem fórmulas, pois a experiência é individual do ônus ao bônus. A bagagem alheia te dará algumas pistas, sem dúvida, mas não suprirá as suas demandas – exceto se a sua única demanda ficar no ato de delegar escolhas, caso contrário, nem idealize.

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Frequentemente escuto pessoas ávidas por respostas, sedentas por definições, angustiadas pela necessidade de um mapa com todas as coordenadas que as façam concretizar o devaneio da plenitude. Acene uma reflexão ou um questionamento e em segundos verá um rosto transfigurado em desolamento.

Não dá para cair nessa de buscar respostas sobre questões individuais no Google, de reconhecer as próprias emoções através dos gurus do Instagram ou de basear as relações no livro de autoajuda comprado no saguão do aeroporto.

Nunca é tarde para sair do casulo, pisar no chão de pés descalços, aproveitar as percepções da exposição ao tempo e ao espaço, ousar tocar a dureza da maturidade. É a hora de encontrar a própria teoria dentro das práticas pessoais.

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