Desde 2021, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter reconhecido a endometriose como um problema de saúde pública, a temática tem ganhado destaque nas discussões sobre a saúde da mulher. A doença, que atinge 180 milhões de mulheres no planeta, sendo 7 milhões no Brasil, ganha espaço em campanhas nacionais e pesquisas com o intuito de se conhecer mais sobre seus sintomas e impactos.
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O alto percentual de mulheres que não identificam a doença tem contribuído diretamente para que os números de diagnósticos fiquem abaixo do real e cause uma subnotificação dos casos. Quase 50% das mulheres ouvidas reclamaram de dor pélvica intensa, um dos principais sintomas, porém, apenas 5% afirmam ter tido a doença diagnosticada.
A expectativa de pesquisadores e especialistas é de que com esse reconhecimento feito pela OMS, juntamente com uma nova classificação da endometriose, já em andamento, trazendo mais detalhes sobre o tamanho e a gravidade das lesões que a inflamação causa nos órgãos da cavidade abdominal, possa impulsionar políticas públicas que desenvolvam ações para o diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz.
“O grande desafio hoje é ter esse diagnóstico o quanto antes, para que o tratamento tenha um resultado mais rápido e eficiente. Além das dores que a endometriose trás, consequências irreversíveis como a infertilidade, 50% das mulheres inférteis são portadoras da doença”, afirma Dra. Ana Karolina, especialista no tratamento de endometriose e coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Uninta Fortaleza.
O Ceará é o estado com o maior índice de reconhecimento dos sintomas da doença, por parte das mulheres, chegando a 38%, enquanto que no Rio de Janeiro cai para 33% e nos outros estados diminui bem mais, tendo o Acre em último com apenas 9% das mulheres reconhecendo os sintomas. Dentre os principais sintomas as mulheres reclamam de dores crônicas no ventre, cólicas intensas, fluxo anormal da menstruação, alterações intestinais, aperto para urinar, desconforto na relação sexual e cansaço crônico. Um dos tratamentos utilizados para combater o principal sintoma da endometriose, que são as dores crônicas na região do ventre é a fisioterapia.
“As inflamações da região pélvica causam uma tensão na musculatura dessa região, a fisioterapia pélvica ela entra para relaxar essa musculatura durante o tratamento, assim como reabilitá-la em caso de pós-operatório”, explica a Dra. Ana Karolina. O curso de Fisioterapia da Faculdade Uninta Fortaleza possui uma disciplina exclusiva para essa área de atuação que é a Fisioterapia Uroginecologia e aborda a saúde da mulher.