Aluno do oitavo ano do ensino fundamental, Pedro Sales gosta de ler, mas precisa de livros editados em fonte ampliada, grande. Ele tem baixa visibilidade e sonha em ser jogador de futebol. “Eu treino aqui na quadra toda terça-feira, quando acontecem os nossos treinos. Meu sonho é ser atleta profissional. Já participei de alguns campeonatos, mas ainda não cheguei ao nível profissional. O meu sonho é poder viver do esporte”, comenta Pedro.
Desde pequeno, Pedro estuda na Escola Instituto Hélio Goes, localizada no bairro São Gerardo, em Fortaleza. O espaço é especializado em ensino para alunos com deficiência visual da educação infantil ao Ensino Fundamental II. “Nossa escola recebe o público de deficiente visuais, que são pessoas cegas e de baixa visão, que tem problema de baixa visão. No entanto, recebemos a inclusão de receber pessoas sem nenhuma deficiência. Ou seja, fazemos a inclusão ao contrário”, destacou a diretora da escola, Luiza Emília Neves.
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Na Escola, funciona a academia de letras e artes da Sociedade de Assistência aos Cegos, a primeira no Brasil em que todos os membros são deficientes visuais. O projeto é orientado pelo professor e escritor Paulo Roberto Cândido. “A partir desse projeto, que foi fundado dentro da escola, atraímos a atenção de crianças, jovens e pessoas da terceira idade que tenham talentos nas artes. Elas precisavam apenas de organização, um instrumento, um recurso que os levassem à esse universo da literatura e da inclusão”, explicou Cândido.
O acervo da biblioteca Escola Instituto Hélio Goes é constituído por livros em tinta, em braile e em fonte ampliada conforme a necessidade de cada aluno. Os dois filhos da dona de casa Ana Rosa Rodrigues estudam no Instituto. O mais velho, tem glaucoma congênita, começou a perder a visão aos dois meses de vida. Enxerga pouco, somente do olho esquerdo. Não foi fácil encontrar escola para ele. “Fico tranquila, pois sei que nossos filhos são muito bem tratados aqui”, destaca a mãe.
Lei estadual prevê inclusão da pessoa com deficiência
A lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência assegura o direito à educação inclusiva em todos os níveis de aprendizado ao longo de toda a vida, de forma que cada pessoa com deficiência possa desenvolver as habilidades. Um projeto na Assembleia Legislativa do Ceará, de autoria do deputado Francisco De Assis Diniz, do PT, pretende ampliar esse direito.
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“O que nós queremos com esse Projeto de Lei é criar uma estrutura, criar mecanismos, desenvolver a partir das habilidades e das competências deste estudante, para que ele possa empreender. Que ele possa ter uma visão de futuro e no seu processo de conhecimento. Então, nós estamos apresentando esse projeto de lei, que é um projeto de indicação, que vai ter todo um debate dentro da Assembleia, para criar ferramentas e instrumentos, que dê as condições necessárias ao jovem portador de deficiência”, afirmou o parlamentar idealizador do projeto.