PROJETO DE LEI

Senado aprova projeto que cria o feriado de Santa Dulce dos Pobres

A proposta agora seguirá para análise da Câmara dos Deputados

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23 de novembro de 2021
Portal GCMAIS

A Comissão de Educação do Senado aprovou, na última semana, o projeto de lei do senador Angelo Coronel (PSD-BA) que cria o feriado de Santa Dulce dos Pobres, a ser celebrado anualmente em 13 de março. A Irmã Dulce, como é conhecida, foi canonizada em 2019, tornando-se a primeira santa brasileira da Igreja Católica.

Senado aprova projeto que cria o feriado de Santa Dulce dos Pobres
Foto: Divulgação Senado Federal

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Angelo Coronel chegou a sugerir que a data fosse 13 de outubro, dia da canonização em 2019 pelo Papa Francisco. Mas o relator, senador Flávio Arns (Podemos-PR) manteve o feriado em 13 de março, dia da morte da religiosa, em 1992. Segundo ele, as tradições religiosas da Bahia já dedicam esse dia à lembrança de Irmã Dulce. Flávio Arns ressaltou que irmã Dulce, também chamada de “o anjo bom da Bahia”, é reconhecida no Brasil e no mundo por seu trabalho altruísta.

“Irmã Dulce não é reverenciada apenas pelos católicos e religiosos, mas por todo o povo e, em especial, pelos mais pobres. O trabalho de irmã Dulce era dedicado aos mais pobres, desvalidos, sem casa, os que estavam na sarjeta, o marginal, a prostituta. Ela tinha o coração aberto a todo mundo.  E mais e mais pessoas estão descobrindo a importância da vida da Irmã Dulce e do legado que nos deixou”, afirmou.

A proposta agora seguirá para análise da Câmara dos Deputados.

Santa Dulce dos Pobres

A canonização ocorreu nove anos após o colegiado de cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos, da Cúria Romana, atestar o primeiro milagre atribuído à Irmã Dulce descrito no processo de beatificação da religiosa iniciado pela Arquidiocese de São Salvador da Bahia. A decisão do colegiado é baseada em avaliação de peritos de saber científico (como médicos) e teólogos.

O milagre que levou à beatificação foi a intercessão da freira, a pedido de orações de um padre, para salvar a vida de uma mulher que deu à luz a um menino e estava desenganada por causa de uma hemorragia depois do parto, que os médicos não conseguiam conter. O caso ocorreu nove anos após a morte de Irmã Dulce (2001), em uma cidade do interior de Sergipe.

Para a canonização, a Constituição Apostólica exige a comprovação de um segundo milagre e semelhante ritual processual e comprobatório. A segunda graça, conforme publicado pela Arquidiocese de Salvador, foi a recuperação da visão do músico e maestro José Maurício Bragança Moreira, após 14 anos sem enxergar por causa do glaucoma.

“Eu fui paciente de glaucoma muito grave que me cegou durante 14 anos. No dia do milagre, 10 de dezembro de 2014, o meu coral ia cantar, mas a minha esposa nem me deixou sair de casa por causa do derrame que eu tive nos olhos devido a uma conjuntivite viral. Eu passei a noite sem conseguir dormir e por volta das 4h eu peguei a imagem de Irmã Dulce, que fica na cabeceira da minha cama, a coloquei nos meus olhos e pedi que ela aliviasse a minha dor”, descreve Moreira em relato publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

De acordo com o músico, após colocar o santinho impresso sobre os olhos, sentiu sono e adormeceu. “Quando eu acordei de manhã, a minha esposa me deu umas compressas de gelo e foi quando eu comecei a enxergar o gelo e a ver a minha mão, e aos poucos a visão foi voltando. O momento que começou o retorno da visão foi pouco tempo depois da oração. É um milagre”, afirma. Após o reconhecimento do milagre pela Igreja, o Papa Francisco anunciou a canonização de Irmã Dulce.

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