Nas redes sociais, onde acumula mais de 300 mil seguidores, ele se apresenta como o “trader de maior reconhecimento mundial”
Influenciador “Cangaceiro Trader” é preso por estelionato e lavagem de dinheiro
O influenciador digital Francisco Emanuel Pereira dos Santos, conhecido nas redes sociais como “Cangaceiro Trader” ou “Canga”, foi preso na Operação Terra Prometida, do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Ele foi preso preventivamente numa casa de condomínio de alto padrão, no município de Carapicuíba, no estado de São Paulo.
A polícia, na ocasião, também apreendeu equipamentos eletrônicos e blocos de anotações, além de um veículo e relógios de luxo. O homem é suspeito de prática de lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra a economia popular.
Nas redes sociais, onde ele acumula mais de 300 mil seguidores, Canga se apresenta como o “trader de maior reconhecimento mundial”, oferecendo cursos e propostas de “alavancagem de contas”. Com isso, por meio das chamadas operações binárias, ele prometia lucros acima da média de outros investimentos – o que depois foi possível constatar que tratava-se de fraude, conforme o MP.
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O termo trader, usado pelo suspeito em sua persona nas redes sociais, é o nome dado ao investidor do mercado financeiro que busca ganhar dinheiro com operações de curto prazo, aproveitando-se da volatilidade do mercado. Basicamente, um trader busca ganhos financeiros realizando a compra e a venda de ações ou outros ativos negociados em Bolsa.
O Ministério Público pontua que identificou vítimas do esquema em cinco estados brasileiros (Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). As vítimas relataram em detalhes o funcionamento do golpe, com uma das operações fraudulentas tendo chamado a atenção, chamada “quebra da banca”. Nessa ação, quando o investimento em determinadas ações da bolsa fracassava, o trader se apropriava do dinheiro dos clientes e repassava parte para uma corretora parceira.
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Essas ações foram comprovadas, conforme a investigação, a partir da quebra de sigilo bancário e fiscal do “Cangaceiro Trader”, que depois viria a ser preso. “Também ficou evidente uma movimentação milionária em suas contas, bem como a ocorrência de diversas tipologias de lavagem de dinheiro, como a conversão de moeda em criptoativos, com fins de mascarar a sua origem ilícita do dinheiro”, pontua o MP.
Levando em conta o número de pessoas vitimadas pelo esquema, a investigação solicitou o sequestro de cerca de R$ 6 milhões das contas do investigado como medida cautelar, com o objetivo de salvaguardar o patrimônio das pessoas que foram prejudicadas. Segundo o MP, no entanto, as fraudes podem ultrapassar o valor de R$ 10 milhões.
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O nome da Operação “Terra Prometida” faz alusão ao significado da palavra, de origem hebraica, zion, nome da empresa de titularidade de Emanuel Santos, Zion Investimentos Ltda. No caso investigado, “Canga”, na condição de “coach”, prometia uma série de vantagens inimagináveis às vítimas, que nunca chegavam a se cumprir.
Denúncias
O Ministério Público do Estado do Ceará criou um canal direto para receber denúncias de clientes que foram vítimas desse golpe. Basta enviar as informações e os dados para o e-mail terraprometida@mpce.mp.br.
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