O criminoso usou uma faca para imobilizar e torturar a vítima, tendo ainda filmado a ação
Homem é preso por agredir namorada, é solto no dia seguinte e volta para torurá-la
Um homem, preso por agredir a namorada, foi liberado pela Justiça no dia seguinte, em audiência de custódia, e imediatamente voltou para torturar a vítima. Pedro Jorge de Alcântara e Bourbom, de 29 anos, já tinha oito passagens pela Lei Maria da Penha e foi preso mais uma vez, estando agora de novo à disposição da Justiça.
Ele agrediu a mulher no último dia 29 de dezembro. Na ocasião, como conta a vítima, ele estava muito alterado, sob efeito de drogas e álcool, e não aceitava o fim do relacionamento. A mulher conta que decidiu terminar exatamente pelo abuso de drogas e a agressividade do homem.
Nessa primeira agressão, ela conta que ele chegou a puxá-la pelo cabelo e bateu sua cabeça contra a parede. Ela conseguiu comunicar a alguém que chamasse a polícia, sem que o homem percebesse, e os agentes foram até a casa dela e prenderam o agressor.
Ela conta, inclusive, que nesse momento chegou a perguntar para os policiais se ele ainda ia ser solto, para que ela pudesse se resguardar, mas não teve resposta. O homem acabou solto no dia seguinte, 30 de dezembro, resultado de audiência de custódia.
Pedro Jorge voltou à casa da vítima na noite do mesmo dia, para buscar vingança. Ela diz que já estava dormindo quando ouviu o barulho do agressor pulando o muro da casa e arrombando a porta. “Ele entrou dizendo um monte de coisa, a todo momento dizia que a tornozeleira era culpa minha, que não ia passar muito tempo na cadeia porque a mãe tem influência”, conta ela.
“Ele foi entrando agredindo, puxando pelo cabelo, batendo na parede. ‘Por que tu fez isso, desgraçada? Pensou que eu ia te deixar em paz, é? Tá vendo essa tornozeleira aqui? Vou passar um ano com isso daqui, agora tu vai morrer. Vou puxar um feminicídio, mas vou com gosto, porque agora eu vou te matar'”, Cita ela.
Nesse momento, ele começou a torturar a mulher, tendo ido à cozinha pegar uma faca. “Vou tetorturar a noite todinha, porque é isso que tu merece”, teria dito o homem. “Quando eu quis correr, a primeira coisa que ele fez foi furar minha perna, minha panturrilha, já não podia andar direito, estava imobilizada. Disse que ia cortar meu pescoço, que ia cortar minha vagina, o bico do meu peito, esquartejar, que eu ia amanhecer toda esquartejada. Ainda tava pensando qual tipo de morte eu ia ter”, narra a vítima.
O que se seguiu foi uma sessão de tortura, com o uso da faca, e que chegou a ser filmada pelo próprio agressor. “Tinha hora que eu clamava por Deus, em nome de Jesus, eu te repreendo. Ele dizia: eu sou é o Satanás, eu sou é o demônio.”
A mulher conta que só conseguiu sobreviver porque fazia tudo o que ele queria e não tentou esboçar reação além de chorar e pedir para ele parar. Em um momento, conta ainda a vítima, ele chegou a obrigá-la a limpar a poça do próprio sangue.
Polícia
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) cumpriu, no último sábado (30), um mandado de prisão preventiva contra o homem. A prisão foi representada pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza, unidade especializada da PCCE. A vítima solicitou medida protetiva de urgência, que foi deferida pelo Poder Judiciário.
A Secretaria pontua ainda que ele havia sido preso em flagrante no dia 29, por uma equipe da Polícia Militar do Ceará (PMCE), no bairro Vila Velha, em Fortaleza. Em seguida, o homem foi colocado em liberdade pelo Poder Judiciário com medidas cautelares. No último dia 30, ele foi preso novamente, após cumprimento de mandado de prisão preventiva, e colocado à disposição da Justiça.
A SSPDS ressalta, ainda, que a vítima segue sendo acompanhada pelo Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (Gavv), unidade do Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac), da Polícia Militar do Ceará (PMCE). O grupo especializado é orientado para o acolhimento, cuidado e proteção às pessoas que sofreram algum tipo de violência ou encontram-se submetidas à situação de ameaça.
Plantão Gavv
O Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (Gavv) mantém um telefone de plantão para casos de denúncias para as vítimas de violência, quer sejam mulheres, idosos, crianças e outros grupos em situação de vulnerabilidade. O grupo especializado está presente na Capital; em Maracanaú, na RMF; em Itapipoca e Sobral, na Região Norte; em Juazeiro do Norte e Iguatu, na Região Sul.
Em Fortaleza e na Região Metropolitana existe o Plantão Gavv, que conta com número (85) 98902-3372, que também é WhatsApp. Para situações em flagrante, a população deve entrar em contato no 190 da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
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