A PF apura suposta espionagem irregular da Agência contra adversários políticos de Bolsonaro
Polícia Federal encontra computador da Abin em casa de Carlos Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) apreendeu um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na casa do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A apreensão aconteceu em meio às investigações da PF sobre uma possível “Abin paralela”, com uso ilegal de informações da Agência para espionar adversários políticos da família Bolsonaro.
Conforme apuração divulgada no blog da jornalista Daniela Lima, foi encontrado um computador em uma residência do parlamentar e outro aparelho na casa de um dos assessores de Carlos Bolsonaro, casado com uma servidora da Agência Brasileira de Inteligência.
A Polícia Federal (PF) cumpre nesta segunda-feira (29) mandados de busca e apreensão em endereços de Carlos Bolsonaro, incluindo a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, para apurar sobre o caso. Os mandados miram, além de Carlos, o chamado “núcleo político” de Alexandre Ramagem, que era responsável pela Abin durante a gestão Bolsonaro no governo federal.
O filho 02 do ex-presidente da República é suspeito de ter recebido informações obtidas ilegalmente pela Abin, sob o comando de Ramagem. O próprio ex-diretor da Agência de Inteligência foi alvo de buscas na última quinta-feira (25), quando foram apreendidos 20 pen drives, 6 aparelhos celulares e 4 computadores em endereços ligados a ele.
Neste domingo (28), Jair Bolsonaro garantiu que não investigou adversários políticos por meio da Abin, isentando a atuação de Ramagem à frente da agência. Na ocasião, ele defendeu o ex-diretor da Abin e negou a existência do esquema apontado como “Abin paralela”.
As suspeitas que recaem sobre aliados de Ramagem, incluindo Carlos Bolsonaro, indicam que o esquema teria monitorado adversários políticos como o ex-presidente da Câmara Federal Rodrigo Maia e a ex-deputada Joice Hasselmann.
Outro possível monitorado seria o ministro da Educação, Camilo Santana, durante o período em que ele ainda era governador do Ceará. O petista teria sido espionado com o uso de drones, na residência oficial do Governo do Estado, em Fortaleza.
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