INTERNACIONAL

Colégio Eleitoral deve ratificar vitória de Joe Biden nesta segunda-feira (14)

Delegados dos 50 Estados vão depositar seus votos e encerrar mais uma etapa da complicada eleição presidencial norte-americana

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14 de dezembro de 2020
Assistente de Redação Vídeo

Em mais uma etapa do complicado processo eleitoral dos EUA, os delegados do Colégio Eleitoral se reunirão em seus Estados de origem nesta segunda-feira (14) para ratificar os resultados da eleição presidencial do último dia 3 de novembro. O democrata Joe Biden deve obter a maioria dos votos e vencer o atual presidente, Donald Trump.

Colégio Eleitoral deve ratificar vitória de Joe Biden nesta segunda-feira (14)
"Vamos tomar medidas para negar o status de "nação mais favorecida", afirmou Biden. (Foto: Drew Angerer/Getty Images)

Os envelopes, no entanto, serão lacrados e enviados para o Congresso, em Washington. Lá, logo após tomar posse, no dia 6 de janeiro, os parlamentares da Câmara dos Representantes vão abrir e contar os votos, encerrando definitivamente a eleição. A posse está marcada para 20 do mesmo mês.

Na última sexta-feira (11), a Suprema Corte dos EUA rejeitou um último recurso, pedido pelo procurador-geral do Texas, Ken Paxton, e apoiado por outros Estados governados por republicanos, por congressistas do partido e pelo próprio Trump. Com isso, a votação do Colégio Eleitoral deve prosseguir normalmente.

Última cartada

Para o professor de Relações Internacionais do IBMEC-RJ, Leonardo Paz, a última cartada dos republicanos para buscar, no tapetão, a reeleição de Trump, demonstra a cada vez mais profunda divisão na política norte-americana.

“Acho que isso marca uma polarização ainda mais forte. É uma irresponsabilidade porque fica minando a fé das pessoas no processo eleitoral, mas ao mesmo tempo mantém o Trump relevante, ele teve uma votação muito expressiva”, afirma Paz, que vê na manutenção das instituições a principal consequência dessa decisão.

“(O processo) não teria chance de vingar, mas ele tentou por todos os caminhos possíveis. O importante foi o posicionamento da Suprema Corte, foi a segunda ação que chegou lá e foi rapidamente negado, inclusive pelos três juízes indicados por Trump”, analisa.

Segundo o professor, a votação do Colégio Eleitoral deve transcorrer normalmente, inclusive por conta de uma outra decisão da Suprema Corte, que obriga os delegados dos Estados a votar no candidato que venceu a votação popular. Em outras eleições, já houve delegados que mudaram votos, mas em uma escala que não afetou o resultado geral.

Preocupações republicanas

Outra decisão importante e que pode definir os rumos dos dois primeiros anos do mandato de Biden acontece no dia 5 de janeiro: a eleição especial das duas vagas do Estado da Geórgia no Senado.

“Se os democratas vencerem, ficam com uma rara maioria tríplice, com a presidência, a Câmara e o Senado. Isso ajudaria demais o partido e o presidente, que pode aprovar vários projetos com facilidade”, explica Paz.

Projetos como a inclusão de representantes de Washington (DC) e Porto Rico no Congresso poderiam sair do papel. “Isso que tira o sono dos republicanos, porque seriam mais dois Estados em que os democratas vão bem e que podem desequilibrar o Colégio Eleitoral por vários anos”, ressalta o professor.

Desde a década de 1990, o único candidato republicano a vencer no voto popular foi George W. Bush, em 2004. O próprio Bush, em 2000, e Trump, em 2016, perderam na contagem geral da eleição, mas conquistaram a presidência graças ao Colégio Eleitoral. Todas as outras eleições foram vencidas pelos democratas.

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