O Ceará chega à final da Copa do Nordeste vivendo o seu melhor momento da temporada. O clube vem embalado por uma sequência de seis vitórias seguidas, fazendo aquilo que o torcedor espera do time: jogando pra frente, mas também com equilíbrio para não sobrecarregar tanto a defesa nas partidas.
Mais do que destaques individuais, o Alvinegro montou um grupo forte e qualificado, além de contar com um comando firme: Guto Ferreira, no cargo de técnico há mais de um ano, trazendo na bagagem o título invicto no Nordestão 2020 e boas participações recentes na Copa do Brasil e na Série A do Brasileirão. Destacamos a seguir alguns dos motivos que ajudam a entender o momento vivido pelo Ceará em 2021:
1) Ceará base bem definida
Com apenas 12 jogos disputados na temporada, o técnico Guto Ferreira já conseguiu montar uma base, que não deixa muitas dúvidas sobre quem ele vai escalar nos três setores da equipe. No esquema 4-3-3, o time base tem uma cara bem definida com Richard no gol, Gabriel Dias e Bruno Pacheco nas laterais, Luiz Otávio e Messias na zaga.
No meio, Charles e Pedro Naressi vão se firmando como dupla de volantes, com possibilidade de rodízio com Oliveira e Fernando Sobral, sem que a característica do time se modifique tanto. Na ligação com o ataque, Vina, craque do time na temporada passada.
O trio de frente conta com Mendoza numa ponta, Lima na outra e Vizeu mais centralizado. Uma formação que parece hoje encaixada. Dessa forma, Guto vem repetindo essa formação nos últimos jogos, buscando afinar esse entrosamento.
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2) Solidez defensiva do Ceará
Mais do que se valer da máxima de que “um bom time começa por um bom goleiro”, o Ceará tem hoje uma defesa que inspira confiança. Começando pela dupla de zaga recém formada, Luiz Otávio e Messias, as chamadas “Torres Gêmeas”, com dizem os torcedores alvinegros.
Em pouco tempo, os dois já demonstram entrosamento, sintonia e complementaridade em suas funções dentro de campo. Os resultados começam a surgir. Em 6 jogos atuando com essa formação, o time só sofreu um gol: marcado de pênalti, por Osório, na vitória por 3 a 1 sobre o Jorge Wilstermann, da Bolívia.
Para além de dois bons zagueiros, o Ceará tem um goleiro que vive ótima fase e se consolida cada vez na meta alvinegra. Os dois laterais, Gabriel Dias e Bruno Pacheco, além da dupla de volantes, também ajudam a proteger a defesa, fechando espaços e marcando firme quando preciso.
3) Repertório de opções ofensivas
O Ceará hoje conta um sistema ofensivo que não depende mais só de um jogador (como até bem pouco tempo, em que se falava da VinaDependência) para decidir as partidas. Isso ajuda a explicar o bom momento do Ceará. Além de Vina, que foi “o cara” dos gols e das assistências na temporada passada, o elenco alvinegro conta com outras opções que, sozinhas ou em conjunto, podem fazer a diferença nas partidas.
Um dos exemplos é o atacante Steven Mendoza. Em pouco mais de um mês atuando de titular, o colombiano já chegou mostrando seu cartão de visitas no Clássico-Rei, com suas arrancadas e dribles. Hoje, firmou a condição de titular e já soma três gols nos últimos cinco jogos pela equipe. Felipe Vizeu, que teve início difícil na equipe, marcado por uma lesão, retomou a confiança e já marcou três gols na Copa do Nordeste.
Na sombra do jogador, outros dois atletas que podem brigar pelo posto de centroavante: Cléber e Jael. Outro atual reserva que tem feito a diferença quando entra é Saulo Mineiro, artilheiro do time no Nordestão, com quatro gols.
4) Potencial do lado esquerdo
O Ceará de 2021 atua de maneira cada vez mais vertical, ou seja, explorando os lados do campo. Um deles, em especial, vem se destacando nessa temporada: o setor esquerdo. Quem atua por lá e vem se destacando é o lateral Bruno Pacheco.
De forma equilibrada com suas funções defensivas, o atleta vem atuando com muita efetividade no apoio ao ataque, com investidas para construir jogadas pela linha de fundo e na tabelinha com jogadores de ataque, especialmente com o Mendoza, que é canhoto e se movimenta bem pela essa faixa de campo, no mano e mano e nas finalizações de média distância.
5) Força da bola parada
A bola parada, que era um ponto forte do time na temporada 2020, se tornou um ponto-chave nos ataques do Ceará neste ano. A qualidade no fundamento é regida pelo meia Vina, cobrador oficial de faltas e escanteios.
Com seus passes precisos, o Ceará coloca sempre perigo no jogo pelo alto. Os números mostram como isso se favorece o bom momento da equipe. A eficiência pode constada pelo fato de que o time marcou 6 gols nos últimos 5 jogos em jogadas de bola parada: duas vezes na goleada de 4 a 0 sobre o Sport (com Gabriel Dias e Cléber), duas vezes na vitória por 3 a 0 sobre o Salgueiro (com Gabriel Dias e Luiz Otávio), uma vez contra o Jorge Wilstermann (no pênalti convertido por Mendoza) e um gol no triunfo por 2 a 0 sobre o Vitória (no gol de cabeça de Messias). Diante disso, a bola parada virou uma arma que tem ajudado a decidir partidas.
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