Kitesurf na Urca do Minhoto

Kitesurf na Urca do Minhoto, uma aventura em alto mar

Uma aventura de kitesurf em alto mar a 38 kms da costa realizada por 3 amigos e uma equipe de apoio no Barco.

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13 de novembro de 2023
Gilberto Gouveia

Hoje vou contar uma aventura que eu e mais 3 amigos velejadores fizemos em alto mar, na Urca do Minhoto. A Urca do Minhoto foi descoberta oficialmente no fim dos anos 80 por Armando Diniz, surfista local de Natal, após dicas de um mergulhador que na época trabalhava na plataforma da Petrobras que fica localizada na região. Existem duas plataformas que são visíveis lá da Urca do Minhoto, e são a única referencia de terra, pois ficam na direção do continente quando visualizadas da Urca.

Kitesurf na Urca do Minhoto, uma aventura em alto mar

As urcas são lajes submersas que cercam o Brasil e formam um grande cinturão nessa região do nordeste. Em alguns lugares, a areia acaba invadindo as pedras, o que proporciona a condição de quebrar boas ondas em alto mar.

Quando entra um swell de norte,  venta na direção certa, e a lua está cheia, essa junção de fatores se transformam na condição clássica para quebrar as ondas, o que torna a onda da Urca do Minhoto muito rara e especial, e conseguir surfar boas ondas lá é como ganhar um prêmio na loteria.

KITESURF NA URCA DO MINHOTO

A Urca do Minhoto é um lugar que fica a 38 kms da costa, bem em frente a Galinhos, no RN. Existem cerca de 32 urcas na região, que é um cinturão de rochas que afloram nessa área, o final da plataforma continental brasileira. Para chegar lá alugamos um barco com uma tripulação experiente na Urca e seguimos viagem, quase 3 horas de barco mar adentro.

Assim que chegamos lá no pico, o Calunga me orientou e me mostrou a pedra que é a referência de onde quebram as ondas, pois lá você não vê a terra, não tem como se posicionar na água, a única coisa que se vê de lá são duas plataformas da Petrobras bem longe, que ficam na direção da terra.

OS AVENTUREIROS DA URCA

Nessa aventura estavam eu @gilwingsurfer, Nilsinho @nilsinhofoiler, o big rider Calunga @aldemircalunga e um alemão que conhecemos em Galinhos, o Mathias @kitemania, e o dia do surf na Urca foi 13 de novembro de 2018. Já estávamos de olho na previsão das ondas, e nesse dia estava previsto entrar um bom swell de norte, condição primária para a famosa onda da Urca do Minhoto quebrar.

O RESGATE DO MESTRE CALUNGA EM CANOA QUEBRADA

Saímos de Fortaleza dois dias antes e logo na saída fomos parados na Policia Rodoviária do Iguape. Eu vinha dirigindo, e desci do carro para pegar a minha habilitação que estava na mochila no porta malas. Assim que abri o porta malas que estava lotado de equipamentos, kites e pranchas, o policial perguntou para onde estávamos indo, e eu falei que estávamos indo surfar uma onda gigante e oceânica que quebra a 38 kms da costa. Ele riu, nos desejou boa sorte e seguimos viagem.

Passamos em Canoa Quebrada para pegar o Calunga, que estava passando uns dias por lá, e pegamos a estrada rumo a Galinhos que foi a nossa base no Rio Grande do Norte.

Gilberto, Nilsinho e Calunga na saída de Canoa Quebrada

Gilberto, Calunga e Nilsinho na Travessia para Galinhos

SÃO CRISTÓVÃO A DIREITA MAIS LONGA DA TRIP

Antes de chegar em Galinhos existe um lugar chamado Praia de São Cristóvão, um lugar paradisíaco que tem uma grande baia que quebra uma onda para a direita muito extensa e perfeita.

Passamos por esse lugar na ida e na volta, fizemos amizade com os locais, e um deles o Mateus @mateusaraujosub, muito gente boa, nos apresentou o pico e fez algumas fotos nossas lá assim que chegamos.

Gilberto, Calunga e Nilsinho em São Cristóvão – Foto Mateus Araújo.

montando os equipamentos – foto Mateus Araujo

Gilberto surfando pela 1a vez a onda de São Cristóvão – Foto Mateus Araujo

Mas esse pico de São Cristóvão foi apenas um aperitivo para as ondas oceânicas que iríamos pegar na Urca do Minhoto, que sem nenhuma dúvida é a onda mais especial do Brasil, por ser bem difícil o acesso, e por quebrar bem apenas com condições especiais, swell de norte, lua cheia e direção certa do vento.

INFLANDO O KITE E ESTICANDO AS LINHAS NO BARCO

Outro grande aprendizado para nós foi o de inflar o kite e esticar as linhas no barco. sofremos um pouco mas conseguimos, aprendemos com o Alemão Mathias, que esticou as linhas e conectou no seu kite em terra, com o kite seco, e lá dentro só inflou o kite e soltou no mar que o vento ia esticando as linhas…vivendo e aprendendo.

 

URCA DO MINHOTO FUNCIONANDO COM SWELL

Esse lugar é muito especial e quebra ondas grandes e poderosas em um mar azul turqueza, e por ser referência entre os mergulhadores que procuram pela risca do Zumbi, local onde a profundidade pode atingir os 2500 metros, bem ao lado das bancadas onde quebram as ondas.

Eu quando entrei no mar lá na Urca do Minhoto, senti uma sensação enigmática, uma mistura de medo com a adrenalina de ir pegar altas ondas, junto com a sensação de estar muito longe da terra, olhar para todos os lados e só ver água.

assim que entrei na água, senti toda a energia daquele lugar, uma sensação indescritível, que só quem já foi lá sabe como é.

Lembro de ver o nosso ponto de apoio, o barco, muito longe velejando lá na urca de kitewave. Aquela adrenalina constante a cada onda surfada. Depois de pegar as ondas lá no pico, eu e o Nilsinho resolvemos voltar de kite para o continente.

Quando saímos da Urca do Minhoto velejando de kite para o continente passamos cerca de 40 minutos navegando sem ver a terra, até que depois disso, começamos a ver bem longe, os aerogeradores que tem por lá.

Chegamos na Pousada em Galinhos duas horas e meia antes dos amigos que vieram de barco, e fomos jantar e rir das histórias vivenciadas.

E assim finalizamos mais uma aventura que ficou para a história, bons momentos vividos ao lado de bons amigos, altas ondas surfadas em um lugar deserto e selvagem, longe da costa, só agradeço a Deus por tudo.

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