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Especialista explica crescimento e queda de candidatos nas pesquisas eleitorais

Emanuel Freitas, professor de Teoria Política, acredita que polarização ainda é reflexo de 2018

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12 de novembro de 2020
Ninho Digital

Às vésperas do 1º turno da eleição municipal, pesquisas eleitorais Datafolha e Ibope estimam possíveis cenários de 2º turno em Fortaleza. O GC+ convidou Emanuel Freitas, pesquisador e professor de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará (Uece), para comentar pontos da corrida eleitoral na cidade. Confira:

Especialista explica crescimento e queda de candidatos nas pesquisas eleitorais
Grupo Cidade promoveu o único debate entre os candidatos à Prefeitura de Fortaleza

Disputa em Fortaleza e 2022

Você tem de fato três forças nacionais disputando na cidade, que é o bolsonarismo, o lulismo e o cidismo, sendo que dessas três forças, somente a Luizianne que tem utilizado desde o início da campanha a força do seu patrono, o Lula. Como um dos candidatos a presidente é o Ciro, do Ceará, era natural que a nacionalização tomasse de conta da disputa. Mas se a gente pensar, tirando a Luizianne trazendo o Lula e depois a Dilma, tanto o Sarto como o Capitão Wagner não fizeram uso das lideranças, você não viu o Ciro na campanha do Sarto e não viu o Bolsonaro na campanha do Wagner. Mesmo Bolsonaro tendo feito dois vídeos nomeando o Wagner como candidato, você não viu o Wagner exibir esses programas no horário eleitoral.

Eu diria que antes de ser um reflexo de 2022, acho que é ainda um enfrentamento regressivo de 2018, aqui em Fortaleza.

Crescimento de Sarto

Se deve a sua exposição como o candidato do prefeito [Roberto Cláudio]. O prefeito é muito bem avaliado pela população, e a medida que esta soube que ele era o candidato do prefeito, e sobretudo a partir do horário eleitoral gratuito, o candidato Sarto ascendeu nas pesquisas.

Veja mais: Eleição no mundo digital. Quais limites o candidato precisa respeitar?

Declínio de Luizianne Lins

Se deve sobretudo aos ataques que ela sofreu pela campanha do Sarto, que recordou os números da gestão de Luizianne. Interessante que a própria Luizianne, só recentemente nas duas últimas semanas, que tem feito memória dos seus governos, mas no início da campanha ela se apresentava com uma candidata pra frente e não uma candidata para trás. Talvez porque a sua gestão já tinha sido avaliada na campanha de 2016, quando ficou na casa dos 15%. A medida que o Sarto trouxe de volta os números da gestão dela comparando com o Roberto Cláudio, isso então produziu uma enorme queda nas intenções de voto da Luizianne e também, penso eu, que a medida que o pleito se aproxima, o eleitor útil de esquerda, pode estar percebendo que o Sarto tem mais chances de ganhar do Capitão Wagner em um eventual segundo turno do que a Luizianne. Então já pode estar havendo a migração de votos no próprio eleitorado da esquerda.

Rejeição ao Capitão Wagner

Se deve dentre outros fatores, porque ele tem sido apresentado como um candidato de uma temática só, a temática da segurança. Por isso que no início da campanha ele se apresentou muito como professor para tentar tirar essa imagem de capitão, de policial. E também se deve à forte campanha, inclusive com participação do governador, de jogá-lo como líder do motim do começo do ano e também a sua identificação com o presidente Bolsonaro, que não tem uma avaliação muito boa em Fortaleza.

Confira o vídeo do Jornal da Cidade, da TV Cidade Fortaleza: 

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