A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou, na última terça-feira (23), um boletim sobre a situação dos sistemas de saúde de todos os estados brasileiros. Nele, o Ceará e o Pernambuco aparecem como os locais em situação mais alarmante de todo o Nordeste.

Os dois estados aparecem com 97% dos leitos de UTIs para adultos ocupados. Porém, o quadro se mostra ainda mais sério no Ceará, já que a quantidade de leitos nos hospitais cearenses é bem maior do que em Pernambuco.

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Segundo a Secretaria Estadual de Saúde pernambucana, o estado possui 2.553 leitos para tratamento da covid-19. Já aqui, no Ceará, são 4.456, segundo os dados divulgados pelo governador Camilo Santana na última terça-feira. Assim, uma ocupação de 97% nos dois estados indicam que o número de pacientes internados no Ceará é consideravelmente maior do que em Pernambuco.

Quando se olha para os dados de todo o Brasil, o Ceará, mesmo em situação crítica, ainda fica atrás de outros estados que já chegaram no limite de suas capacidades de atendimento. Rondônia já está com todos os leitos ocupados, enquanto o Mato Grosso do Sul ultrapassou esse limite, com 106% de ocupação. Confira o mapa com os dados do boletim da Fiocruz:

Fiocruz reforça a necessidade de lockdown

Além de alertar para a situação próxima do colapso na maioria dos estados brasileiros, o boletim da Fiocruz também recomendou que todos os locais que estão em situação crítica adotem um lockdown de, pelo menos, 14 dias. Isso significa que apenas o Amazonas e Roraima ficam fora desse alerta.

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“Neste momento de crise é urgente a adoção rigorosa das medidas de bloqueio da transmissão na quase totalidade dos estados e capitais que se encontram na zona de alerta crítica, bem como nos municípios que integram regiões de saúde onde há altas taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19. A coordenação e integração destas medidas, articuladas entre os diferentes níveis de governo e com ampla participação da sociedade, é vital neste momento”, diz o boletim.

O alerta da Fiocruz reforça a importância do lockdown que foi decretado no Ceará desde o dia 13 deste mês. Mas, segundo a Fundação, mesmo nos locais onde as restrições já estão funcionando, “é fundamental que governos municipais, estaduais e federal caminhem todos na mesma direção para ampliá-las e fortalecê-las, uma vez que a adoção parcial e isolada nos levará ao prolongamento da crise sanitária”.

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