A delegada Ana Paula Barroso, que diz ter sido vítima de racismo em uma loja de um shopping de Fortaleza, afirmou que o motivo de ter sido barrada no local não foi por conta da falta do uso da máscara. Em uma entrevista à TV Cidade Fortaleza, a agente de segurança da Polícia Civil do Ceará contou o que aconteceu e afirma que aguarda as imagens das câmeras de segurança para comprovar as suas alegações.
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“Eu havia saído por volta das 21h10 de uma sorveteria e me dirigi até a loja”, relata. “Assim que eu peguei o sorvete baixei a máscara e entrei. Um rapaz veio na minha direção e me impediu de permanecer na loja alegando motivo de segurança do shopping”.
A delegada afirma que chegou a questionar se o motivo de ter sido barrada foi por conta do sorvete, mas o funcionário da loja reafirmou que era uma “questão de segurança”. “Quando ele falou aquilo, eu entendi que a minha presença na loja representava um risco”, revela.
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Ana Paulo Barros conta que, ao ser barrada na entrada da loja, foi até o chefe da segurança do shopping questionar sobre o caso. “Um dos seguranças disse: ‘olha, vamos fazer o seguinte, eu vou chamar o chefe de segurança para ele lhe acompanhar lá’. Chegando lá, o chefe da segurança pediu para que eu relatasse tudo de novo, relatei, o gerente da loja que me atendeu, que foi justamente quem impediu que eu permanecesse, foi enfático em dizer que errou, confirmou a minha visão apresentada em dizer que ele tinha me colocado para fora sob o fundamento de que era questão de segurança. Baseado nisso ele pediu desculpas, eu aceitei o pedido de desculpas, e enfatizei: ‘tudo bem, está desculpado, eu só queria entender o porquê disso’”, afirma.
De acordo com ela, o segurança afirmou que mesmo com as desculpas, ele faria um relatório informando o ocorrido.
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Delegada nega que tenha sido barrada por falta da máscara
Segundo a delegada,a confissão do funcionário da loja confirma que a situação foi um caso de racismo e negou que teria sido barrada por conta da falta da máscara, que é o que a loja defende.
“Essa versão de que foi uma questão do sorvete cai por terra. Inclusive, porque muitas pessoas, nas redes sociais, deixaram claro que já estiveram no shopping, tomando sorvete, e em nenhum momento foi abordada. Pessoas brancas”, reforça.
Ela ressalta que, apesar do cansaço que vem sentindo nos últimos dias, entende a importância de que as pessoas exijam seus direitos.
“Apesar da exposição, apesar da vitimização, apesar do cansaço, apesar de tudo isso, eu entendo que eu tenho um propósito. Eu estou servindo de instrumento para, de alguma forma, encorajar as pessoas a denunciarem, seja o racismo, seja a injúria racial. Elas precisam ser respeitadas, independentemente da cor, da vestimenta, da condição social, elas precisam só ser respeitadas como seres humanos”, diz Ana Paulo Barros.
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