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Racismo: loja em shopping de Fortaleza usava código para discriminar clientes negros

O gerente da loja foi indiciado pelo crime de racismo após expulsar uma delegada negra do estabelecimento

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19 de outubro de 2021
Márcia Catunda

A Polícia Civil do Ceará concluiu o inquérito sobre o caso envolvendo a delegada Ana Paula Barroso, que foi expulsa de uma loja de um shopping de Fortaleza pelo gerente do estabelecimento. O homem foi indiciado pelo crime de racismo e a Polícia confirmou que havia um código usado pelos funcionários do local para discriminar clientes negros ou que estavam “fora dos padrões do consumidor da loja”. Estas informações foram divulgadas nesta terça-feira (19).

Racismo: loja em shopping de Fortaleza usava código para discriminar clientes negros
Foto: Reprodução

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As imagens das câmeras de segurança que foram obtidas pela Polícia Civil, por meio de um mandado de busca e apreensão, mostram o momento em que a delegada é expulsa da loja pelo gerente, chamado Bruno Felipe Simões Antônio, um português de 32 anos. Nos vídeos, é possível ver Ana Paula entrando na loja enquanto toma um sorvete, mas rapidamente é repreendida pelo gerente.

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Após a repercussão do caso, o funcionário da loja afirmou que havia expulsado a delegada da loja porque ela estava com a máscara abaixada por conta do sorvete. As imagens, porém, mostram que, tanto antes quanto depois de encontrar Ana Paula, o mesmo funcionário havia atendido outras pessoas brancas no local que não estavam usando a máscara de proteção contra covid-19.

“É importante ressaltar que ela não estava fazendo uso indevido de máscara em nenhum momento”, explica a delegada Arlete Silveira, diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis. “Ela estava com a máscara abaixada para fazer o uso de alimentos”.

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Além disso, o inquérito da Polícia Civil também descobriu que havia um código que era usado dentro da loja para discriminar os clientes no local.

“Quando o gerente ou o funcionário vê uma pessoa fora dos padrões do consumidor da loja, aquele funcionário é alertado e aquela pessoa vai ficar sob vigilância do corpo de funcionários da loja”, explica a delegada Arlete Silveira.

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Confira o vídeo Cidade 190 sobre o caso de racismo em loja de shopping de Fortaleza

Loja se posiciona sobre o caso

Em nota, a loja se posiciona sobre o ocorrido:

A Zara Brasil, que não teve acesso ao relatório da autoridade policial até sua divulgação nos meios de comunicação, quer manifestar que colaborará com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19 se fundamenta na aplicação dos protocolos de proteção à saúde, já que o decreto governamental em vigor estabelece a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes públicos. Qualquer outra interpretação não somente se afasta da realidade como também não reflete a política da empresa.

A Zara Brasil conta com mais de 1800 pessoas de diversas raças e etnias, identidades de gênero, orientação sexual, religião e cultura. Zara é uma empresa que não tolera nenhum tipo de discriminação e para a qual a diversidade, a multiculturalidade e o respeito são valores inerentes e inseparáveis da cultura corporativa. A Zara rechaça qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a máxima seriedade em todos os aspectos.

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