Há seis anos, no dia 5 de novembro de 2015, ocorria a tragédia do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, Minas Gerais. Até esta sexta-feira (5), ninguém foi punido criminalmente pelas 19 mortes, pela devastação dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo; além da contaminação provocada pela lama da Samarco na bacia do Rio Doce que atingiu dezenas de municípios mineiros e capixabas.
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Os reassentamentos previstos também não foram concluídos. O primeiro prazo para entrega dos assentamentos foi março de 2019. Segundo a Fundação Renova, criada pelas mineradoras Vale e BHP para administrar a reparação dos atingidos, o reassentamento de Bento Rodrigues está com 10 casas concluídas e 87 em construção das 203 previstas. Já das 83 casas previstas para o reassentamento de Paracatu de Baixo, apenas 11 começaram a ser construídas em setembro deste ano.
O Ministério Público já pediu a extinção da Fundação Renova por considerar que a instituição não atende às demandas dos atingidos. O pedido ainda está em análise na Justiça. Sobre a responsabilidade criminal dos responsáveis pela barragem, sequer foi definida a competência para julgar o caso, se é da justiça estadual ou federal.
Agora, o Poder Público aposta em fechar um novo acordo com as empresas até fevereiro de 2022, tendo como referência o acordo fechado com a Vale pelo rompimento da barragem de Brumadinho. Nessa nova negociação, o Ministério Público pede uma reparação de 155 bilhões de reais. Até agora, já foram desembolsados pela Fundação Renova 15 bilhões de reais. Porém, os atingidos reclamam que continuam sem ter direito a participar diretamente das negociações.
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Outra consequência da tragédia em Mariana foi a redução das atividades econômicas da região. Além disso, uma queixa frequente dos moradores da Bacia do Rio Doce é em relação à contaminação do solo, água e fauna causada pela lama dos rejeitos da mineração.
Um estudo de 2019 feito pelas empresas Ambios e Technohidro detectou concentrações acima dos valores considerados seguros de ferro, cobre, arsênio, entre outros metais, tanto nas poeiras dentro das casas das comunidades de Mariana e Barra Longa, quanto no solo e nos alimentos produzidos na região.
Em nota, a Fundação Renova destacou que segue dedicada ao trabalho de reparação. Lembrou que até setembro deste ano, foram pagos auxílios emergenciais que somam 6 bilhões e meio de reais para mais de 336 mil pessoas. Segundo a instituição, também foram promovidas ações nas áreas de infraestrutura, saúde, retomada das atividades agrícolas, restauração de áreas degradadas, como nascentes, e monitoramento da qualidade da água.
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