Até um dia, Jô.
Jô Soares declama poema “Não chore à beira do meu túmulo”
O escritor, ator e humorista Jô Soares nos deixou nesta sexta-feira (5), aos 84 anos. Mas seu talento ficará para a eternidade, a exemplo dessa leitura do poema “Não chore à beira do meu túmulo”, de Mary Elizabeth. Até um dia, Jô.
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Primeiro trabalho de Jô Soares
Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, Jô Soares virou sinônimo de talk show no País, mas, no início da carreira, fez bastante sucesso com papéis icônicos do humor na televisão brasileira. O primeiro personagem de destaque de Jô Soares foi no sitcom Família Trapo, exibido pela TV Record, entre 1967 e 1971.
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No princípio, Jô apenas escrevia, com Carlos Alberto de Nóbrega, o roteiro do show que tinha como personagem principal Carlo Bronco Dinossauro, interpretado pelo comediante Ronald Golias. Depois, Jô ganhou um papel, o Mordomo Gordon. O programa foi criado por Nilton Travesso, A.A. de Carvalho, Raul Duarte e Manoel Carlos.
Faziam parte do elenco ainda nomes famosos como Otelo Zeloni (Pepino Trapo), Renata Fronzi (Helena), Cidinha Campos (Verinha) e Ricardo Corte Real (Sócrates).
Apresentado ao vivo do Teatro Record-Consolação e não dos estúdios da emissora, como era feita a maioria dos programas da época, um dos motivos para o sucesso da Família Trapo era a participação de convidados especiais e a improvisação.
O episódio mais lembrado é com o ex-jogador de futebol Pelé. O Mordomo Gordon quer assustar Bronco e apresenta Pelé como o atleta que vai substituí-lo no time da rua. No entanto, o personagem de Golias não reconhece o jogador. A partir daí, Bronco, para delírio da plateia, começa a realizar uma série de testes com o Rei do Futebol, como embaixadinhas e chutes a gol.
Com o sucesso da Família Trapo, Jô Soares foi parar na Globo, em 1970, onde estreou no programa “Faça humor, não faça a guerra”, depois, o “Satiricom”, em 1973, e chegando ao programa “O planeta dos homens”, em 1977. Nas atrações, ele se dividia entre as funções de ator e roteirista.
Só nos anos 1980, o humorista decidiu investir no formato de talk show, que mistura entrevistas com celebridades, políticos ou pessoas desconhecidas com humor e música. Como não encontrou abertura na Globo, mudou para o SBT em uma negociação milionária. Assim, em 1988, estreou o “Jô Soares Onze e Meia”, que ficou no ar durante 11 anos, até 1999. Em 2000, voltou para a Globo para apresentar o mesmo formato. O “Programa do Jô” ficou no ar até 2016, quando o humorista se aposentou das telas.
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