Ações ocorrem no âmbito de inquérito que apura possível omissão de autoridades durante ataques em Brasília no dia 8 deste mês
PF faz buscas na casa do governador afastado Ibaneis Rocha e no Palácio do Buriti
A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Há sete agentes da PF na casa do governador por volta das 15h30 desta sexta-feira (20).
De acordo com informações obtidas pelo R7, também ocorrem buscas no Palácio do Buriti, sede do governo local. Além de Ibaneis, é alvo das buscas Fernando Oliveira, ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF.
As buscas ocorrem no âmbito de um inquérito aberto para apurar autoria, financiamento e incitação do atentado realizado em Brasília no dia 8 deste mês, quando foram invadidos os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.
Em nota, os advogados de defesa de Ibaneis, Alberto Toron e Cleber Lopes, disseram que o mandato de busca e apreensão em sua casa e no seu antigo escritório foi inesperada. Segundo eles, a operação da PF deixar clara a inocência do chefe do executivo do Distrito Federal.
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Em 9 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que Ibaneis fosse afastado do cargo por, pelo menos, 90 dias, após manifestantes provocarem diversos atos de vandalismo.
“Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”, disse Moraes.
Depoimento de Ibaneis Rocha
Após mais de duas horas de depoimento, o governador afastado afirmou que esclareceu todos os questionamentos feitos pela Polícia Federal no dia deste mês. Ele compareceu espontaneamente à sede da Polícia Federal, no dia 13 de janeiro, para prestar depoimento sobre os atos de vandalismo ocorridos em Brasília em 8 de janeiro.
“Respondi a todos os questionamentos e espero ter deixado claro que não tive qualquer envolvimento, seja por ação ou por omissão, com os fatos ocorridos no domingo”, declarou Ibaneis.
O governador também confirmou à reportagem que determinou a retirada dos manifestantes dos acampamentos em 29 de dezembro, mas foi impedido pelo Exército. A informação, inclusive, foi repassada por Ibaneis para a Polícia Federal, conforme consta no depoimento: “Indagado a respeito de medidas inicialmente adotadas para conter os acampamentos, o declarante [Ibaneis] afirmou que a área é sujeita à administração do comando do Exército, contudo o GDF manteve contato com comandantes militares para organizar a retirada pacífica dos acampados; que foi definida a data de 29/12/2022 e iniciado o procedimento de remoção, mas este foi sustado logo após o início por ordem do comando do Exército; que algumas barracas chegaram a ser retiradas, mas o DF Legal, auxiliado pela Polícia Militar, não conseguiu terminar todo o trabalho de retirada em razão da oposição das autoridades militares.”
Atos extremistas
Manifestantes que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 furaram bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal e invadiram, na tarde do dia 8 de janeiro, os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os extremistas promoveram quebradeira no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).
No STF, é possível verificar que um grupo quebrou vidros, e pessoas batiam com pedaços de pau contra móveis do prédio. No Palácio do Planalto, as imagens mostram que foram quebradas obras de arte, portas e uma mesa de vidro. No Congresso Nacional, vídeos exibem vândalos batendo contra cadeiras do Plenário.
Ao todo, 1.500 pessoas foram detidas por participação em atos antidemocráticos praticados em Brasília. Entre os presos estão radicais que atacaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), inconformados com o resultado das últimas eleições.
Na última terça-feira (17), Moraes manteve140 vândalos presos após audiências de custódia sobre o ataque às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Ao todo, 1.459 audiências foram realizadas entre 13 e 17 de janeiro. Moraes deliberou sobre 200 acusados de atos de vandalismo nesta terça — 140 tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e 60 pessoas foram liberadas e responderão ao processo em liberdade.
As audiências de custódia foram realizadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), e a expectativa é que o STF analise todos os casos até sexta-feira (20).
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