DESASTRE AMBIENTAL

Vídeo: Influenciador de Maceió mostra impacto do afundamento do solo nos bairros

São mais de 60 mil residentes obrigados a sair de suas casas e deixar a vizinhança

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3 de dezembro de 2023
Portal GCMAIS

O influenciador digital Álvaro registrou em vídeo a situação das ruas em bairros de Maceió ameaçados pelo afundamento do solo, em situação de emergência ambiental. No registro, é possível ver ruas vazias, placas orientando ação dos moradores em caso de emergência e pichações em protesto.

Vídeo: Influenciador de Maceió mostra impacto do afundamento do solo nos bairros
Foto: Reprodução

“Desde 2018 alguns moradores dos bairros Pinheiro, Mutange, Farol, Bom Parto e Bebedouro começaram a sentir tremores de terra e rachaduras em suas casas. Em 2021, descobrimos o responsável: a Braskem, que, devido à grande extração de sal gema na Lagoa Mundaú, causou afundamento nesses cinco bairros”, narra ele.

 

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Levando em conta as pessoas que moram nesses bairros, são hoje mais de 60 mil residentes obrigados a sair de suas casas e deixar a vizinhança – muitos dos quais nasceram e se criaram na região.

Em certos pontos, na via pública, é possível ver placas indicando ações de emergência para os moradores, como uma indicando “ponto de recolhimento rápido”. O influenciador conta que os avisos são deixados para aqueles que ainda não conseguiram se mudar do local.

A instabilidade do solo seria causada por ação da Braskem, empresa petroquímica com sede em São Paulo, devido à grande extração de sal gema da Lagoa Mundaú. Em vários muros, nos bairros, pode-se enxergar pichações em protesto contra a empresa, com dizeres como “BRASKEM CRIMINOSA 4 BAIRROS CHORAM”, “MORAMOS HÁ 64 ANOS BRASKEM AFUNDOU SONHOS” e “BRASKEM SAIA DAQUI PAGUE O JUSTO”.

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Encontrado em profundidades de até 2 mil metros, o sal-gema, explorado pela Braskem em Maceió (AL), onde pelo menos um dos 35 poços perfurados corre “risco iminente de colapso”, é um produto usado, principalmente, na indústria química — neste caso, fabricação de PVC. Ele possui cloreto de sódio, assim como o sal marinho — que é transformado em sal de cozinha —, mas a diferença está em como eles se formam, são obtidos e para o que são utilizados.

Enquanto o sal de cozinha é obtido no mar, através da evaporação da água salgada, o sal-gema é uma rocha que precisa se extraída em camadas profundas por meio de uma espécie de salmoura. Ele pode ser encontrado no mundo todo, e cientistas estimam que sua formação se deu ao longo de 500 mil anos debaixo da terra.

No caso da comprometida mina no bairro Mutange, em Maceió, essa extração era feita a partir de uma profundidade de cerca de mil metros. Os poços eram cavados e, neles, era injetada água, que agia formando uma espécie de salmoura. O sal-gema, então, era extraído.

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