O presidente, no entanto, evitou comentar sobre a operação em si
Lula considera que Bolsonaro “deve ter participado” de tentativa de golpe
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse acreditar que Jair Bolsonaro (PL) participou da “construção dessa tentativa de golpe”, em referência aos fatos investigados pela Polícia Federal (PF) na Operação Tempus Veritatis. A PF cumpre mandados contra Bolsonaro e aliados ao longo desta quinta-feira (8).
“O cidadão que estava no governo não estava preparado para ganhar, não estava preparado para sair, tanto que não teve nem coragem de me dar a faixa e foi embora para os EUA. Ele deve ter participado da construção desta tentativa de golpe”, disse o petista em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, no mesmo dia.
Ele comentou ainda, na ocasião, que houve “uma política de desrespeito à democracia, houve uma tentativa de destruir uma coisa que nós construímos há tantos anos, que é o processo democrático”. Lula, no entanto, não comentou a operação policial em si: “É muito difícil o presidente da República falar sobre uma ação que é feita depois de uma ação judicial, tudo correndo sob sigilo até determinar que se faça busca e apreensão na casa das pessoas.” Ele disse esperar que a PF trabalhe “do jeito mais democrático possível”.
Antes das declarações de Lula, Bolsonaro foi alvo de mandado de busca e apreensão, nesta quinta, quando a PF foi até sua casa em Angra dos Reis para recolher o passaporte do ex-mandatário. Ele não tinha o documento no local, e então recebeu um prazo de até 24 horas para entregá-lo. A entrega já aconteceu, após o ocorrido.
O ex-presidente ainda foi alvo de medidas cautelares restritivas, que o proíbem de manter contato com os demais investigados na operação, mesmo por meio de seus advogados. Essas medidas foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Operação Tempus Veritatis, conduzida pela PF, investiga uma organização criminosa suspeita de ter atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, visando obter vantagens políticas para a manutenção de Bolsonaro no poder.
No total, são cumpridos nesta quinta 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão em diversos estados brasileiros.
Além de Bolsonaro, foram alvos dos mandados da PF o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno; o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil da gestão Bolsonaro, general Braga Netto; e o ex-assessor especial do presidente, Filipe Martins, apontado como mentor do “gabinete do ódio” durante o governo anterior. Foi preso também Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto e Marcelo Câmara, que são coronéis do Exército. Também foi alvo da operação o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
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