Na terceira reportagem da série De repente 50 e tantos, os desafios do mercado de trabalho formal é o tema da vez. Ainda mais porque essa modalidade tem sido difícil para as mulheres 50+. Muitas vezes, quando conseguem alguma colocação, elas têm salários mais baixos, menos cargos de liderança e oportunidades. Por outro lado para as mulheres com mais de 50 anos, há mais confiança e segurança na hora de empreender e decidir ser dona do próprio negócio.
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Aos 52 anos, a empreendedora social Patrícia Cacau lançou a primeira obra individual intitulada “Quintais”. Autora de textos publicados em coletâneas no Brasil e na Europa, ela sempre foi apaixonada por literatura. Além da escrita, Patrícia divide o tempo com o empreendimento de captação de pessoas e a articulação de projetos culturais.
Há cinco anos, ela organiza, no Ceará, o movimento ‘Mulherio’, também presente em outras partes do mundo. É por meio deste projeto que as mulheres se reinventam e são incentivadas a desenvolverem a arte da escrita. “A gente busca oportunidades, visibilidade. A maioria das escritoras cearenses já publicaram na Europa, em saraus, e a gente busca mais, a gente quer sempre mais”, declara Patrícia.
Aos 58 de idade, a presidente da Casa Freitas, Fernanda Freitas ocupa o cargo máximo de chefia da empresa do segmento de varejo e utilidades. Única filha mulher, ela quebrou o tabu e ascendeu ao comando do grupo. A experiência adquirida ao longo dos anos, foi fundamental para que ela se tornasse a presidente, cargo que exerce desde 2020.
“Eu acho que meu pai ajudou muito nesse lado porque ele era muito comerciante, muito trabalhador. Todos os problemas você tem que correr pra cima e tentar resolver, arregaçar as mangas e fazer. Procurar compreender a melhor forma, entender o que está acontecendo e ir atrás de resolver”, afirma.
Mulheres 50+ e os desafios no mercado
Um levantamento da BR Rating, uma agência de governança corporativa do país, evidenciou que ainda persistem diversos desafios e verdadeiras barreiras no mercado que dificultam a ascensão das mulheres a cargos de liderança. De acordo com a pesquisa, conduzida em mais de 480 (486) empresas de origem nacional e multinacionais, apenas 3,5% das companhias possuem CEO’s mulheres.
“Nós ainda percebemos uma participação bem menor nos cargos de liderança nas empresas abertas, mas isso é algo que vai sendo construído a partir da participação da mulher em várias áreas, da forma como ela se posiciona”, explica Monica Arruda, da Escola de Negócios do Sebrae/CE
As trajetórias dessas mulheres compartilham a percepção comum de quem enfrentou inúmeros obstáculos ao longo das jornadas, e mostram acima de tudo, que o segredo para superar os desafios é fazer o que realmente gostam. E com a chegada da maturidade e desprendidas da opinião alheia, é nesta fase da vida, que elas decidem realizar os próprios sonhos.
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