Fortaleza é uma das capitais que enfrenta o peso do alto custo da cesta básica estando entre as que têm a mais cara do Norte e Nordeste. Em 2024, os consumidores precisam desembolsar R$ 710,66 para adquirir os itens essenciais da alimentação, um valor que corresponde a 54% do valor líquido do salário mínimo atual, que é de R$ 1.404,15.

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Para os consumidores, essa realidade tem impactado diretamente na rotina de compras e alimentação, tornando cada vez mais difícil suprir as necessidades básicas. “Aí compra um quilo de cada coisa, quando termina vê o que faz, depois vem e compra outro quilo. Porque, pra fazer um mercantil que a gente fazia por 150, 200, hoje dá 500, 600, 700, e não dá. O salário está do jeito que está, né, e fica difícil”, lamenta Raimunda Rodrigues, aposentada e moradora da capital.

A alta nos preços de itens como ovos, café e carne são os principais responsáveis por essa elevação no custo da cesta básica. A combinação de fatores como condições climáticas desfavoráveis e a infraestrutura de distribuição — que envolve fretes caros e custos elevados com combustíveis — também são apontados como agravantes. Segundo Eldaír Melo, economista, a dinâmica econômica do Brasil e as variações no mercado internacional, como a influência do dólar, contribuem para essa escalada de preços. “Os custos de transporte e as variações de câmbio têm impacto direto nos valores que chegam ao consumidor final. E isso faz com que o poder de compra do trabalhador seja cada vez mais reduzido”, explica.

 

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Com a alimentação doméstica pesando no bolso, muitos trabalhadores têm recorrido a alternativas para garantir o controle financeiro, mas mesmo as soluções mais populares têm seus desafios. A opção de comer fora de casa, por exemplo, é mais acessível em termos de praticidade, mas ainda assim é mais cara do que preparar as refeições em casa. A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador revelou que o valor médio de um prato feito em Fortaleza caiu de R$ 37,55 em 2023 para R$ 30,56 em 2024, mas isso não torna a opção mais vantajosa para o orçamento da maioria. “Você tem uma poupança maior se você gastar com alimento em domicílio do que fora do domicílio. Porque você começa a estabelecer o quanto pode gastar lá fora. Você estabelece quantas vezes pode sair para ter aquele gasto que está dentro do seu orçamento”, afirma Eldaír.

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Priscila Melo, monitora de vendas, exemplifica como a estratégia de preparar as refeições antecipadamente ajuda a manter as finanças em ordem. “Eu tiro o domingo todo para fazer a marmita e traz durante a semana para me programar direitinho, além de ter aquela economia no final do mês.” Aline Mara, também monitora de vendas, compartilha uma rotina similar, ressaltando a importância de fazer trocas inteligentes nos alimentos para equilibrar o orçamento e melhorar a saúde. “Quando a batata doce está mais cara, eu vou na macaxeira. Quando a maçã está mais cara, eu tento intercalar na banana, no abacaxi, fazendo essas trocas inteligentes. O bolso agradece e a saúde também”, diz Aline, que considera essas adaptações essenciais para manter o equilíbrio financeiro e cuidar da alimentação.

As dificuldades do trabalhador de Fortaleza em relação à alimentação estão longe de ser simples. A luta constante contra o aumento dos preços e a adaptação a novas formas de consumo têm sido necessárias para garantir o sustento. Para muitos, a principal esperança é que as condições econômicas melhorem e o poder de compra, de fato, seja restaurado. “Os resultados estão vindo, tanto financeiramente quanto de saúde”, afirma Aline.

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