Para celebrar seus 299 anos, Fortaleza oferece uma extensa programação descentralizada que inclui shows musicais
Fortaleza celebra 299 anos: história e importância cultural de uma metrópole nordestina
Fortaleza celebra seus 299 anos de fundação, neste domingo, 13 de abril de 2025, reafirmando sua posição como um dos principais centros culturais e econômicos do Nordeste brasileiro. Com o tema “Viver a cidade é celebrar nossa história”, a programação festiva reflete a diversidade e riqueza cultural que marcaram quase três séculos de evolução urbana e social.

A história de Fortaleza remonta ao início do século XVII, quando os portugueses construíram o Forte de Nossa Senhora da Assunção, marco inicial da ocupação oficial da região. Antes disso, a área era habitada por povos indígenas que utilizavam as praias como pontos de comércio com europeus. A fundação oficial da cidade ocorreu em 13 de abril de 1726, ao redor do forte, dando origem a um povoado que mais tarde se consolidaria como a quinta maior cidade brasileira.
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Ao longo dos séculos, Fortaleza passou por transformações significativas. Durante o período colonial, destacou-se como entreposto comercial entre as capitanias do Norte e Sul. No século XIX, com a autonomia administrativa do Ceará, tornou-se um polo econômico graças à produção de charque e algodão. Já no século XX, enfrentou um êxodo rural e viu sua população crescer exponencialmente. A partir das décadas de 1950 e 1960, a cidade começou a despontar como futuro polo industrial do Nordeste, consolidando-se também como destino turístico.
Culturalmente, Fortaleza é um celeiro de manifestações artísticas e folclóricas. Desde o final do século XIX, movimentos literários como a “Padaria Espiritual” influenciaram o cenário cultural nacional. Instituições como o Instituto do Ceará e a Academia Cearense de Letras reforçam essa tradição intelectual. Hoje, espaços como o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e o Espaço Cultural Unifor continuam promovendo exposições e eventos que atraem visitantes locais e internacionais.
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O folclore local é rico e diverso, com raízes na miscigenação das culturas indígena, africana e europeia. Danças como o coco e o maracatu, além das manifestações religiosas como o culto à padroeira Nossa Senhora da Assunção, são exemplos da vitalidade cultural que permeia a vida cotidiana dos fortalezenses.
Para celebrar seus 299 anos, Fortaleza oferece uma extensa programação descentralizada que inclui shows musicais com artistas renomados como Taty Girl e Zé Vaqueiro no Aterrinho da Praia de Iracema. Além disso, atividades culturais como rodas de samba, oficinas artísticas e trilhas ecológicas destacam o compromisso da prefeitura em aproximar as festividades da população em diferentes bairros.
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Fortaleza celebra 299 anos
Nesses quase 300 anos de história, a capital de todos os cearenses enfrentou momentos marcantes e outro emblemáticos como a vaia ao sol diante de uma seca que durava anos, a luta de Dragão do Mar contra o tráfico negreiro, tornando-se um ícone abolicionista, além de se tornar berço de célebres escritores como José de Alencar, criador da eterna Iracema, a “virgem dos lábios de mel” que até hoje inspira e dá nome a diversos espaços da capital.
Mas para entender melhor como Fortaleza chegou até a presente marca de quase três séculos de fundação é preciso viajar no tempo. Inclusive para saber o que inspirou o nome da cidade, para entendermos que ele tem ligação direta com a construção dos fortes ou fortalezas, tanto por parte de portugueses como de holandeses. Vejamos alguns momentos da história de nossa Capital:
Forte de São Tiago

Foto: Reprodução
A história de Fortaleza começa a ser escrita em 1603, quando Pero Coelho de Souza fundou o Forte de São Tiago na Barra do Ceará. A ocupação inicial da cidade, porém, foi realizada por Martim Soares Moreno, capitão português que recuperou e ampliou o Fortim de São Tiago e o rebatizou de Forte de São Sebastião.
Martim Soares serviu até de inspiração para um dos principais personagens do romance Iracema, de José de Alencar.
O processo de ocupação de Fortaleza é considerado tardio, quando comparado às demais capitais litorâneas do Nordeste. Um dos principais motivos era o conflito constante entre os portugueses e as tribos de povos originários da região, como os potiguaras.
A ocupação militar portuguesa no Forte de São Sebastião não impediu a continuidade desses conflitos e nem a invasão de tropas estrangeiras, como a dos holandeses, que invadiram Fortaleza em dois momentos distintos: em 1637, sendo expulsos pelos indígenas poucos anos depois e em 1649, quando ficaram apenas cinco anos com o domínio da região.
Forte de Nossa Senhora da Assunção

Foto: Reprodução
Foi na segunda invasão holandesa que, às margens do Riacho Pajeú, foi construído o Forte Schoonenborch, construção fundamental para o início do desenvolvimento urbano da futura capital do Ceará. Após a expulsão dos holandeses, os portugueses mudaram o nome da edificação para Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção – daí vem o nome do município.
Ao redor do Forte, foi se formando um povoado. Conforme foi crescendo, Fortaleza foi elevada à categoria de vila, em 1726, e apenas em 1823 virou cidade. O fluxo de imigrantes vindos do interior do Ceará para fugir da seca era intenso, o que acabou gerando um crescimento populacional cada vez maior.
A volta dos portugueses
Tropas sob o comando de Álvaro de Azevedo Barreto tomaram o forte em 1654, sem resistência. O nome do forte foi mudado para Nossa Senhora da Assunção, até hoje padroeira da cidade. Nas décadas seguintes, o povoado ao lado do forte teve lenta expansão. Conforme demonstra Maria Auxiliadora Lemenhe em As razões de uma cidade (1991, Stylus), Fortaleza é exceção na história colonial. As atuais grandes cidades surgidas no período, como Rio de Janeiro ou Belém, eram centro de escoamento da produção para o mercado externo e, também, sede da estrutura militar e burocrática. Fortaleza estava longe da incipiente produção econômica na capitania, ligada à pecuária. E, diante da dependência administrativa, tampouco havia relevância burocrática. Afinal, o Ceará ficou subordinado ao Maranhão entre as décadas de 1620 até a de 1660. E, depois, a Pernambuco, até 1799. A função defensiva, durante longo período, foi a única razão para existir o povoado. Em 1696, o capitão-mor Pedro Lelou estimou a população em cerca de 200 pessoas. A maioria das casas era de palha. Raras tinham telhas.
Vila São José de Ribamar
Em 13 de fevereiro de 1699, ordem da Coroa portuguesa criou a vila de São José de Ribamar, no Ceará. Foi o início de uma longa contenda. A ordem régia não definiu o lugar. O capitão-mor, os soldados e padres – uma incipiente burocracia local – queria mas proximidades do forte. Os proprietários de algumas terras – um arremedo de elite econômica – preferiam Aquiraz.
Houve ao menos quatro mudanças do local. Como aponta o livro Fortaleza: uma breve história, de Artur Bruno e Airton de Farias (2012, Edições Demócrito Rocha), passou por Aquiraz, pelo Pajeú e pela foz do rio Ceará. Até que, em 27 de junho de 1713, então, a vila de São José de Ribamar foi instalada em Aquiraz. Mas, em 18 de agosto do mesmo ano, como desenrolar da chamada “guerra dos bárbaros”, índios anassés atacaram a primeira vila do Ceará. Cerca de 200 pessoas morreram. Os sobreviventes buscaram abrigo no forte do riacho Pajeú, para onde a Câmara foi transferida, diante da insegurança constatada em sua localização original. A violência e o medo novamente atuavam na história de Fortaleza. Em 13 de abril de 1726, foi instalada uma segunda vila.
As duas vilas reivindicavam a denominação de São José de Ribamar. E ambas queriam que a outra fosse suprimida. Em 1728, ordem régia reafirmou que as duas deveriam ser mantidas. Quanto à denominação, com o tempo prevaleceu que uma passou a se chamar Aquiraz e a outra, Fortaleza. Em 1758, foram criadas duas outras vilas no território da atual Fortaleza: Vila Nova de Arronches (Parangaba) e Messejana, atuais bairros da Capital.
Elevação à categoria de cidade
Em 1799, com o desmembramento do Ceará em relação a Pernambuco, Fortaleza foi conformada como Capital. No fim da década de 1810, o forte de Nossa Senhora da Assunção, de madeira e em estado avançado de deterioração, foi reconstruído em alvenaria. Em 1823, a vila foi elevada à condição de cidade, com nome de Fortaleza de Nova Bragança. A denominação não vingou.
Nomes que Fortaleza já teve
1500 – Rostro Hermoso (rosto bonito)
1603 – Nova Lisboa
1611 – Forte de São Sebastião
1649 – Forte Schoonenborch
1654 – Forte de Nossa Senhora da Assunção
1699 – Vila de São José de Ribamar (status e nome reivindicado, em disputa com Aquiraz). Após a elevação definitiva a vila, em 13 de abril de 1726, seguiu-se disputa pelo nome, embora já tivesse ficado consagrada como vila do forte, do Pajeú ou vila da Fortaleza
1823 – Cidade de Fortaleza de Nova Bragança (não vingou)
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