Presidente brasileiro critica possível intervenção militar norte-americana e defende diálogo, enquanto argentino apoia cerco liderado por Donald Trump ao governo de Nicolás Maduro
Lula e Milei divergem sobre pressão dos EUA contra a Venezuela em cúpula do Mercosul
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Argentina, Javier Milei, protagonizaram um embate de posições durante a cúpula do Mercosul, realizada neste sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR), ao tratarem da pressão política e econômica exercida pelos Estados Unidos contra a Venezuela.

Lula criticou a possibilidade de uma intervenção militar norte-americana no país vizinho e afirmou que a América do Sul voltou a ser “assombrada” pela presença militar de uma potência externa à região. Para o presidente brasileiro, uma ação armada dos Estados Unidos teria consequências graves. Ele classificou o cenário como uma “catástrofe humanitária” e alertou para o risco de criação de um precedente perigoso no cenário internacional.
>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<
“O direito internacional está sendo testado. Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, declarou o presidente.
Em posição oposta, o presidente argentino Javier Milei defendeu a atuação do governo do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, o cerco econômico e político imposto à Venezuela tem como objetivo libertar a população do país do regime de Nicolás Maduro.
“A Argentina saúda a pressão dos Estados Unidos e de Donald Trump para libertar o povo venezuelano. O tempo de uma aproximação tímida nessa matéria se esgotou”, afirmou Milei em discurso na cúpula.
O presidente argentino voltou a criticar duramente o governo venezuelano, classificando a situação do país como uma crise política, humanitária e social profunda. Ao endossar o discurso norte-americano, Milei chamou Nicolás Maduro de “narcoterrorista” e declarou apoio a uma possível ação militar dos Estados Unidos. Segundo ele, o regime venezuelano representa uma ameaça para toda a região.
A postura dos líderes reflete o contraste ideológico presente no encontro do Mercosul, que reuniu chefes de Estado de diferentes espectros políticos. Além de Lula, a esquerda foi representada pelo presidente do Uruguai, Yamandú Orsi. No campo da direita, participaram Javier Milei, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, e o presidente do Paraguai, Santiago Peña, além de ministros e representantes de outros países.
Pressão dos EUA sobre a Venezuela
Nos últimos meses, o governo dos Estados Unidos intensificou a pressão sobre a Venezuela. Donald Trump tem afirmado que não descarta uma intervenção militar no país. Washington ampliou operações no Caribe e no Pacífico, reforçando o cerco econômico e estratégico ao governo de Nicolás Maduro.
Segundo autoridades norte-americanas, as ações têm como objetivo combater o narcotráfico e rotas de drogas supostamente ligadas a grupos criminosos associados ao regime venezuelano. O governo dos EUA também acusa Maduro de liderar um regime corrupto e afirma agir em nome da segurança regional.
As medidas incluem sanções ampliadas, bloqueio de navios petroleiros, apreensão de embarcações e restrições direcionadas a familiares do presidente venezuelano, aumentando a pressão política e econômica sobre Caracas.
Lula busca diálogo com Trump
Diante da escalada de tensões, Lula afirmou nesta semana que pretende conversar novamente com Donald Trump antes do Natal, na tentativa de evitar um conflito armado na América Latina. Segundo o presidente brasileiro, o Brasil defende o diálogo e a diplomacia como caminhos para resolver a crise.
“Não queremos guerra no nosso continente. Essa é uma zona de paz, não de guerra. As coisas não se resolvem com tiros”, afirmou Lula, ao relatar conversas recentes que teve tanto com Nicolás Maduro quanto com Trump.
Em reunião ministerial, o presidente reforçou a importância do diálogo e relatou ter dito ao líder norte-americano que negociar é menos custoso do que recorrer a um confronto armado. “Conversar é mais barato e menos sofrível do que fazer guerra”, afirmou.
>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<
Leia também| Lula inaugura ponte em Foz do Iguaçu e critica quem constrói “muros”

NOTÍCIAS DO GCMAIS NO SEU WHATSAPP!
Últimas notícias de Fortaleza, Ceará e Brasil
Lembre-se: as regras de privacidade dos grupos são definidas pelo Whatsapp.
RELACIONADAS

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Apostador de Itapipoca acerta a Lotofácil e ganha mais de R$ 711 mil

Pré-quadra chuvosa segue com poucas chuvas no Ceará, aponta Funceme
