O Governo Federal gastou cerca de R$ 1,8 bilhão com alimentação em 2020; o valor é 20% maior do que no ano anterior
Dinheiro gasto com leite condensado pelo Governo Federal poderia comprar quase 270 mil doses de CoronaVac
Cerca de 268.759 doses da vacina CoronaVac poderiam ter sido compradas pelo Governo Federal com os R$ 15 milhões gastos só com leite condensado nas compras do Planalto. Esse valor é calculado com base no custo de R$ 58,20 pago pelo Ministério da Saúde por cada dose vendida pelo Instituto Butantan.
O gasto exorbitante do Governo Federal foi motivo de debate tanto nas redes sociais quanto na política nacional. Segundo o levantamento divulgado pelo site “Metrópoles”, o Planalto gastou mais de R$ 1,8 bilhão só com alimentação. Mesmo durante a pandemia, o valor é 20% mais alto do que em 2019.
Em um ano em que a maior parte dos brasileiros tiveram que se readequar à crise econômica causada pela pandemia, o Governo gastou R$ 2.203,681 só com chicletes. Molhos shoyo, inglês e de pimenta, juntos, custaram R$ 14 milhões. As pizzas e os refrigerantes saíram por R$ 32,7 milhões dos cofres públicos.
Esses valores não são referentes aos custos exclusivos do consumo do presidente Jair Bolsonaro, mas de vários órgãos ligados ao Governo. O secretário de Comunicação Institucional, Felipe Pedri, se pronunciou sobre o caso, afirmando que o gastos competem “a uma extensa lista de servidores do exército e até de programas assistenciais do Governo”.
Os gastos com alimentação compete a uma extensa lista de servidores do exército e até de programas assistenciais do Governo.
— Felipe Pedri (@FelipePedri) January 26, 2021
Ministério da Defesa lidera lista de gastos
Ainda existem muitos questionamentos sobre o uso do dinheiro pelo Governo. Por exemplo, a maior parte dos gastos é ligado ao Ministério da Defesa. Foi de lá que saiu a maior parte dos pedidos de vinhos, que custaram R$ 2.512.073, 59 aos cofres públicos. Logo depois vem o Ministério da Educação, que soma, pelo menos, R$ 60 milhões em gastos, mesmo em um ano em que as Universidade Federais estiveram a maior parte do tempo com aulas remotas.
Segundo uma nota das Forças Armadas, os gastos com a alimentação no Ministério da Defesa partem da obrigação de manter a nutrição dos militares e civis que atuam na área.
“O Ministério da Defesa fornece diariamente alimentação para militares e servidores civis que permaneceram com atividades essenciais ao cumprimento de sua missão institucional, mesmo durante a pandemia, por meio de suas Unidades Gestoras. A aquisição de alimentos variados e conforme a disponibilidade de mercado, leva em consideração, naturalmente, que o fornecimento de uma dieta inadequada tem potencial de deixar de conduzir o homem a um estado nutricional saudável para a realização de suas atividades laborais”, explica a nota.
Investigação sobre os gastos
Mesmo assim, alguns parlamentares protocolaram, nesta terça-feira (26), uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a Presidência por causa desses gastos. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) pediram que o TCU investigue as compras para verificar a legalidade, legitimidade e economia.
O cearense Ciro Gomes (PDT) falou, nas redes sociais, que já entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal solicitando uma investigação sobre estes gastos.
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