INVESTIGAÇÕES

Autores da chacina na Barra do Ceará usaram fuzil e pistolas para executar vítimas

Crime ligado à guerra de facções deixou quatro mortos e pelo menos um sobrevivente; arsenal incluía fuzil calibre 5.56 e pistolas .40

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8 de maio de 2025
Portal GCMAIS

A chacina registrada na noite da última terça-feira (6), na Barra do Ceará, em Fortaleza, foi executada com armamento pesado, incluindo um fuzil de calibre 5.56 — uma arma de uso restrito das forças de segurança. No local do crime foram encontradas ao menos 15 cápsulas deflagradas desse tipo de fuzil, além de munições de pistolas .40.

Autores da chacina na Barra do Ceará usaram fuzil e pistolas para executar vítimas
Foto: Reprodução

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A Polícia Civil trata o caso como mais um episódio da guerra entre facções criminosas que disputam território na região. Quatro pessoas foram assassinadas no ataque, ocorrido em um campo de futebol, e ao menos uma pessoa sobreviveu. A área é conhecida por estar sob domínio da facção Guardiões do Estado (GDE), enquanto os suspeitos presos têm ligação com o Comando Vermelho (CV), organização criminosa de origem carioca.

As vítimas foram identificadas como Estefany da Silva Ribeiro, de 34 anos; Carlos Johnson Viana Ferreira, de 21; Evandro Igor da Silva, de 26; e um adolescente de 16 anos, que será identificado apenas de forma protegida. Estefany e Carlos morreram ainda no local. Evandro e o adolescente foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. O menor era jogador de futebol amador e havia feito testes em categorias de base de clubes locais.

Três adultos — com idades entre 18 e 22 anos — e um adolescente de 15 anos foram detidos logo após o crime. Um dos homens já tinha antecedentes criminais e é investigado por envolvimento em outra tentativa de chacina na mesma região, no fim de 2023, além de responder pela morte de um ex-policial militar em 2024 e por receptação.

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Apesar da gravidade das evidências, os suspeitos apresentaram versões conflitantes aos investigadores. Alegaram que não pertencem a nenhuma facção e que estariam armados para cometer um roubo a um mercadinho, a mando de um homem conhecido como “Camarão”, em troca de R$ 6 mil. Já o menor afirmou que o grupo se preparava para assaltar um bar.

No entanto, o adolescente também revelou à Polícia Militar que seus três “comparsas” seriam membros do Comando Vermelho — rival direto da GDE, o que reforça a linha investigativa de motivação por disputa entre facções. As vítimas, segundo as autoridades, não tinham antecedentes criminais ou envolvimento com o tráfico.

Durante a operação que levou às prisões, foram apreendidas quatro pistolas calibre .40, 49 munições, um veículo, dois celulares e drogas. Um dos suspeitos chegou a afirmar que havia comprado uma das armas pela internet, por R$ 5 mil, em fevereiro deste ano.

As investigações seguem sob a responsabilidade do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até o momento, pelo menos uma pessoa sobreviveu ao ataque e prestou depoimento na tarde da última quarta-feira (7) no 33º Distrito Policial, mas, segundo apuração da reportagem, não forneceu detalhes relevantes sobre os autores ou a motivação do crime.

O caso reacende o alerta sobre a escalada da violência armada em Fortaleza e o uso de armamento de guerra em áreas urbanas, principalmente em conflitos ligados ao tráfico de drogas.

A população pode colaborar com informações que levem à identificação de outros envolvidos através do Disque-Denúncia 181, com garantia de anonimato, ou pelo WhatsApp (85) 3101-0181.

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