O Ceará contabilizou cerca de 166 mil benefícios de auxílios-doença concedidos, sendo 6 mil por ano relacionados a doenças mentais.
Ceará apresentou 6 mil trabalhadores afastados por ano durante a pandemia por doenças relacionadas a transtornos mentais
Nos últimos três anos, entre 2019 e 2021, de acordo com números do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o Ceará contabilizou cerca de 166 mil benefícios de auxílios-doença concedidos, sendo 6 mil por ano relacionados a doenças mentais, com predominância em quadros depressivos e de ansiedade. O ano de 2020 foi o que mais teve afastamento de trabalhadores por essa causa, chegando a 6.867 benefícios concedidos, o que representou um aumento de 17% com relação a 2019. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, o número de casos de Covid-19 no Ceará triplicaram em junho, e que mesmo com a queda brusca no número de mortes a pandemia ainda é realidade e deixa muitas sequelas.
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Em pesquisa realizada pelos alunos do curso de Psicologia da Uninta Fortaleza, na comunidade do entorno a instituição, quando perguntado às pessoas como estava a sua Saúde Mental as frases mais ditas foram:
- Estou tentando voltar a me conectar com as pessoas;
- Ainda tenho medo de perder pessoas amadas;
- Está sendo como aprender a andar de novo;
- Lidando com a ansiedade.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Saúde Mental é o estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade.
Doenças e afastamentos
Conforme dados da plataforma IntegraSUS, até o dia 14 de junho, a capital teve 1.112 casos confirmados doença, um aumento de 204% em relação ao mês de maio, que registrou 365 casos. Em pesquisa da Fio Cruz, realizada em 2020 e 2021, foi detectado que mais da metade dos infectados tiveram os sintomas até 12 meses depois da fase aguda, a Organização Mundial de Saúde chamou o fenômeno de Covid Longa. Nos números de afastamento por incapacidade de trabalho por problemas psicológicos do INSS, mais da metade são relacionados aos quadros de tratamentos contra a depressão, o restante se divide entre transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, estresse e uso de álcool e outras drogas.
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Psicólogos alertam para a importância da saúde mental nesse período e afirmam que também existem sequelas psicológicas da pandemia, período em que as doenças psicológicas tiveram um crescimento exponencial e com isso o debate na sociedade ganhou uma relevância.
“A pandemia está sendo um período de muitas mudanças, em diversas áreas da vida, mas na profissional foram muitas adaptações, com alto nível de pressão, inclusive com muitas demissões, portanto, até quem nunca tinha tido contato com nenhuma ocorrência acabou por vendo seus limites ser testados”, afirma o psicólogo Emanuel Messias, professor do curso de Psicologia da Faculdade Uninta Fortaleza.
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