Maurício Holanda Filho
COLUNA + RESENHA

Mesmo sem a taça, Fortaleza retorna do Uruguai ainda maior do que antes.

A dura derrota nos pênaltis contra a LDU adia o sonho Tricolor de uma conquista internacional. No entanto, a certeza no legado e a confiança no trabalho trazem de volta um Fortaleza ainda maior!

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30 de outubro de 2023
Maurício Holanda Filho

A derrota nos pênaltis contra a LDU no último sábado (28) não destrói o sonho do Fortaleza, apenas o adia. O Tricolor saiu na frente no placar nos 90 minutos e por duas vezes esteve à frente nas disputas de penalidades. No entanto, foram os equatorianos que saíram do Uruguai com a taça.

Mesmo sem a taça, Fortaleza retorna do Uruguai ainda maior do que antes.
📸 Mateus Lotif/FEC

A frustração é natural, afinal o torcedor viveu o êxtase da conquista de perto, mas não existe cenário de terra arrasada, muito pelo contrário. Fortaleza volta do Uruguai totalmente fortalecido, como instituição, como marca, e principalmente financeiramente.

A certeza do legado e a confiança no trabalho feito dentro do Pici renovam a chama das conquistas dos Tricolores. Passado o momento de “luto”, é hora de virar a chave e focar no campeonato Brasileiro, afinal, o Fortaleza segue totalmente vivo na disputa.

Os erros na final são insignificantes quando comparados ao legado deixado por Vojvoda:

Contra a LDU, faltou um pouco de malícia ao Fortaleza. O Tricolor é nitidamente um time melhor, com mais recursos táticos e um elenco mais talentoso, mas a falta de experiência claramente pesou nesse momento.

Depois de um primeiro tempo truncado, na volta do intervalo, logo aos 3 minutos, o Leão conseguiu abrir o placar com Lucero. Vendo o jogo de fora, o principal já havia sido feito, o time superior havia marcado o primeiro gol, e agora era questão de administrar com sabedoria. No entanto, ao Fortaleza faltou essa tranquilidade, e o Tricolor continuou se expondo, talvez desnecessariamente. Tanto que 8 minutos depois, tomou o empate, após uma bela jogada de Alzugaray.

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O jogo se encaminhava para os pênaltis:

Após esse momento, o jogo passou a favorecer os equatorianos, um time que se defende bem e compreendeu melhor as decisões da arbitragem, demonstrando ser mais experiente nesse tipo de desafio. Vale lembrar que a LDU já é um time campeão da Libertadores e da própria Sul-Americana, e essa experiência, quer gostemos ou não, teve um impacto significativo.

Outra coisa que chamou muito a atenção foram as substituições de Vojvoda. O jogo estava se encaminhando para as penalidades, mas mesmo assim ele foi tirando os principais batedores, como Marinho, Lucero, Caio Alexandre, entre outros. É claro que cada uma dessas substituições deve ter tido sua razão, mas, no conjunto, enfraqueceram o poder de decisão do Tricolor.

A menos que um jogador esteja fisicamente quebrado, não se tira um jogador com o faro de gol e a frieza de Lucero de uma final de tamanho calibre. Além disso, tirar Caio Alexandre e Zé Welison ao mesmo tempo, os motores do time, complicou bastante a situação. Mesmo que estivessem desgastados, é uma final, um momento para superar limitações, é o ápice de uma competição.

Por mais que, na minha opinião, Vojvoda tenha tomado decisões erradas naquele jogo, encerro minhas críticas por aí. Afinal, o crédito que ele acumulou é imenso, e com ele à frente do Fortaleza, é certo que finais desse nível se tornarão cada vez mais rotineiras. O Leão continua vivo e forte, e seu treinador continua respaldado e amado por sua torcida.

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Fortaleza volta do Uruguai ainda maior:

Ao longo dos meus 40 e poucos anos, nunca tinha visto tanta exaltação a uma equipe nordestina. O Sport foi campeão da Copa do Brasil, o Bahia com Bobô teve suas glórias, e o Ceará foi vice-campeão da Copa do Brasil. Esses times foram grandes, essas conquistas foram marcantes, mas nada se compara ao que o Fortaleza viveu nesta última semana.

A exposição da marca Fortaleza a nível internacional é algo realmente valioso e incalculável. É claro que a taça no Pici teria sido o ideal e a glória máxima, mas é importante enxergar o lado positivo de qualquer situação.

O Fortaleza volta do Uruguai com os cofres cheios, o que é importante para a continuidade do projeto. No entanto, o principal tesouro trazido dessa ‘peregrinação Tricolor’ será colhido ao longo dos próximos anos. O Leão deixou de ser um desconhecido no continente e passou a conquistar a admiração e o respeito de muitos. Isso é um ativo muito valioso!

Aos Tricolores que viveram esse sonho, total respeito. Ao trabalho que é feito no Fortaleza, idem!

 

 

 

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