A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) só deve divulgar a previsão para o primeiro trimestre de chuvas no próximo dia 20. Mesmo assim, a expectativa para a quadra chuvosa deste ano é grande.

Isso porque em 2021 acontece o fenômeno climático conhecido como La Niña. O evento está associado a uma temperatura atipicamente baixa no Oceano Pacífico equatorial.

“O La Niña é um fenômeno que acontece no Oceano Pacífico e que apresenta as águas mais frias”, diz Eliza Zanella, professora do departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará. “Quando ele acontece, traz a possibilidade de nós termos precipitações dentro da média ou acima da média no norte do Nordeste brasileiro”.

A última vez que o fenômeno La Niña foi registrado foi entre setembro de 2017 e o início de 2018.

Acontece que este não é único fenômeno capaz de mexer com a quadra chuvosa do Ceará. Um outro fator interfere diretamente nas precipitações que acontecem entre fevereiro e maio.

“Para que a quadra chuvosa seja boa, também é necessário que as temperaturas do Atlântico Sul Tropical estejam mais aquecidas”, explica a professora. Essa temperatura deve ser apresentada nas próximas semanas, permitindo uma compreensão mais concreta das chuvas no Estado. “Se ficar mais quente que o Atlântico Norte, vamos ter uma quadra chuvosa favorável”.

Caso o Ceará de fato tenha uma boa temporada de chuvas, essa notícia pode ser ótima para o consumidor. Com uma quadra chuvosa satisfatória, as safras de grãos, por exemplo, crescem e, consequentemente, descem o valor dos alimentos.

Entenda essa relação entre preços e irrigação na matéria do Jornal da Cidade de 29 de dezembro de 2020: