A informação foi repassada pelo secretário de saúde do Ceará, Dr.Cabeto
Cepa do Amazonas tem indício de transmissão comunitária no Ceará
O secretário de Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, informou, nesta segunda-feira (1º), que o Estado apresenta indícios de transmissão comunitária da nova cepa do coronavírus, vinda de Manaus, no Amazonas.
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Segundo Dr.Cabeto, três pessoas já tiveram o diagnóstico da nova cepa confirmado, 16 estão aguardando a confirmação e 240 estão sendo monitoradas pela Secretária da Saúde do Estado (Sesa).
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“Essa cepa, essa mutação, que tanto se fala, que pode prejudicar a vacinação, que pode aumentar o nível de contágio, tem sido monitorada no Ceará. Nós já temos algumas confirmadas, três… 16 praticamente confirmadas e 240 monitoradas. Nós temos indícios que há transmissão comunitária dessa cepa. Por isso, mais uma vez é necessário estar atento. Nós contamos com vocês”, disse o secretário em vídeo divulgado a imprensa na manhã de hoje (1º).
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Cepa do Amazonas gera mais carga viral
Um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia constatou que a carga viral de pacientes contaminados pela cepa P.1 do novo coronavírus (SARS-CoV-2), uma variante provavelmente desenvolvida no Amazonas, é bem maior do que em pacientes com outras cepas que circulam no Amazonas. O SARS-CoV-2 é o vírus que causa a covid-19.
O artigo que divulga os dados da pesquisa, realizada entre março de 2020 e janeiro deste ano, foi assinado por 29 especialistas, mas ainda falta ser oficialmente publicado. O texto está disponível na plataforma Research Square, que permite que artigos sejam debatidos por especialistas antes da publicação em uma revista científica.
De acordo com o estudo, a pessoa infectada com a P.1 pode ter até dez vezes mais vírus em seu organismo do que as contaminadas por outras variantes. E esse pode ter sido o motivo que levou a cepa de Manaus a se espalhar tão rápido pelo Amazonas.
A carga viral de P.1 não varia entre homens idosos e adultos de outras idades. Também não houve diferença na carga viral de homens e mulheres, por isso ela pode ser igualmente transmissível por qualquer pessoa acima de 18 anos. E isso é diferente do que acontece com as outras cepas, em que os homens idosos têm uma carga viral mais alta.
Segundo o pesquisador Felipe Naveca, o aumento da quantidade de vírus no nariz e na garganta amplia a possibilidade de transmissão. No entanto, ter uma maior carga viral não necessariamente piora a situação da covid-19 no paciente.
Evolução da cepa
A P.1 teria evoluído de uma outra cepa que circulava pelo Amazonas – a chamada B.1.1.28 – em novembro de 2020 e foi detectada pela primeira vez em Manaus em 4 de dezembro. Foi necessário um tempo inferior a dois meses para que a nova variante passasse a ser a causadora da maior parte dos casos de covid-19.
“O problema do vírus ficar circulando muito tempo, quando houve também uma queda do distanciamento social, favoreceu o surgimento da P.1”, explicou Naveca.
Quanto mais o vírus circula, maiores são as chances de ele sofrer novas mutações que podem ser, inclusive, resistentes às vacinas produzidas atualmente. Para Naveca, estudos ainda estão sendo feitos sobre a eficácia da vacina contra a variante P.1, mas ainda não há conclusão.
Ceará tem mais de 97% dos municípios com alto risco de transmissão
Com quase todos os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados com pacientes, o Ceará vive uma grande crise sanitária ocasionada pela segunda onda da pandemia. Do total de 184 municípios cearenses, apenas cinco ainda estão em alerta “moderado” para transmissão de casos de coronavírus. Os demais, que correspondem a 97,29% do território estadual, estão em alerta “alto” ou “altíssimo” de transmissão.
Quando se compara à semana epidemiológica anterior (7 a 20 de fevereiro), os números mostram uma piora na crise cearense. Na última semana, existiam 18 cidades no cenário “moderado”, que corresponde ao percentual entre 25% e 49,9% de positividade nos testes Covid-19. Hoje, apenas Russas, Jaguaribe, Alto Santo, Pereiro e São João do Jaguaribe estão nesse nível.
No mesmo período, haviam 91 cidades em alerta “alto” e outras 75 no “altíssimo”. Hoje, são 101 no nível “altíssimo” e 78 no “alto” risco de transmissão.
Transmissão em Fortaleza
Fortaleza, capital do Estado, apresenta 91,4% dos leitos de UTI-Covid ocupados na semana epidemiológica que corresponde aos dias 14 a 27 de fevereiro. A taxa de positividade, referente a novos casos confirmados, ficou em 28,9%. A taxa de incidência ficou em 289,9, apresentando tendência de crescimento em comparação ao período anterior.
Durante o domingo (28), o prefeito da Capital anunciou que os gestores da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) discutem a criação de um consórcio para a compra de vacinas contra o coronavírus. “A vacinação da nossa gente é prioridade da Prefeitura de Fortaleza e nossas equipes de saúde têm feito todo o esforço para cumprir o Plano de Imunização. Tenho acompanhado todo esse processo de perto e estamos todos empenhados em garantir o sucesso desse trabalho”, afirmou.
Leitos de UTI
Até o final de março o Estado do Ceará deve superar a casa das mil Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) criadas para o tratamento de pacientes com a Covid-19.
“Já durante a pandemia foram quase mil leitos de UTIs, apenas os exclusivos para Covid. Chegamos próximo de 3 mil leitos de enfermaria e UTI só para atendimento de Covid no ano passado. E agora estamos retomando muitos desses leitos que tinham voltado a atender as demandas normais da Saúde. Compramos hospitais como o Leonardo da Vinci, onde já são 150 leitos de UTI funcionando exclusivos para Covid. Mantivemos todos os leitos para atender a grande demanda que existia para cirurgias eletivas e atendimento hospitalar e agora, com essa onda mais forte do que a primeira, estamos retomando com a exclusividade”, afirmou o governador Camilo Santana.
O titular da Secretaria de Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, afirmou que apesar dos investimentos, os cuidados devem ser mantidos. Confiante, o gestor disse que o Estado deve sair melhor após o fim da pandemia. “Esse é um ponto de inflexão. Vamos sair com pessoas melhores, mais conscientes, mais irmãs. Vamos ser uma sociedade melhor para passar para as pessoas um ambiente de trabalho melhor, mais harmônico. Vamos passar por isso da forma mais lúcida e transparente, com dignidade”, finalizou.
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