Iniciar este texto sem exaltar o fato de que o Clássico-Rei foi o melhor jogo do futebol brasileiro em 2024 seria injusto. Um eletrizante e monumental clássico, com 6 gols e muita emoção, é um artigo raro no atual cenário. Sim este é nosso melhor e mais valioso produto.

O jogo seguia o roteiro tradicional dos clássicos disputados no Brasil: muito estudo, muita catimba e pouco futebol. Até que, aos 20 minutos, Castilho cobra um escanteio na cabeça de Matheus Felipe, e dali saiu um míssil em direção às redes de João Ricardo. O Ceará, considerado o azarão, abriu o placar no primeiro Clássico-Rei do ano, desencadeando um jogo espetacular.

Até então favorito da tarde, o Fortaleza jogava um futebol sonolento, diria até angustiante para seu torcedor. Enquanto isso, o Alvinegro, bem menos estrelado, anulava todas as ações do poderoso oponente. Entretanto, mesmo adotando uma postura defensiva, não abria mão de atacar e, em uma estocada, conseguiu o segundo gol com Aylon.

O 2 a 0 em um Clássico-Rei lembrou o fatídico jogo da final de 2023, um momento inesquecível para os Tricolores, mas doloroso para os Alvinegros. Até ali, o Fortaleza até tinha mais posse de bola, mas conseguia criar muito pouco ou quase nada com ela. O Ceará estava taticamente quase perfeito!

Próximo do intervalo, uma briga quase generalizada resultou nas expulsões do Xerife Matheus Felipe e do nervosíssimo Brítez. O Clássico-Rei fervia, dentro e fora das quatro linhas. Se o primeiro tempo foi nesse nível, imagina a etapa final.

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Segundo ato do Clássico-Rei:

Os times voltaram do intervalo e o Fortaleza continuava encurralado pelas linhas Alvinegras. No entanto, o Ceará chamava perigosamente o Leão para dentro de seu campo. Isso não se faz no futebol, muito menos em um Clássico-Rei.

Mesmo sem conseguir criar, em mais uma tarde paupérrima individualmente falando, a posse de bola do Tricolor só aumentava. Ainda assim, era muito pouco se quisesse virar uma partida desse nível, contra um adversário muito disciplinado. O Ceará controlava o Clássico-Rei com as armas que tinha.

Os minutos passavam como segundos para os Tricolores e como horas para os Alvinegros; só um gol mudaria aquele cenário. Finalmente, saiu o gol, o gol da insistência, e talvez do recuo excessivo do Ceará. O Iluminado Tinga, sempre ele! Esse gol do Leão realmente inflamaria o jogo!

Em seguida, os gols de Kuan e Machuca decretariam uma das viradas mais espetaculares já vistas em um Clássico-Rei. Lembrava o memorável jogo do Penta e, assim como naquele episódio, parecia que o Vozão não teria mais forças para reagir.

Em 13 minutos, a festa tinha mudado de lado, e aqueles que até então provocavam se calaram em um silêncio quase ensurdecedor, algo que só o futebol proporciona. Mas o Clássico-Rei, um dos mais emocionantes da história, não tinha acabado!

No que provavelmente seria o último lance do jogo, Pikachu, veterano, matreiro, mete a mão na bola dentro da área. A bola nem tinha direção, mas o erro infantil resultou em um pênalti, cobrado por Saulo Mineiro. O gol do 3 a 3, das lágrimas, da emoção. A festa tinha novamente mudado de lado.

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Um dos maiores Clássicos-Rei da história:

O empate com seis gols talvez tenha sido o resultado mais justo pelo que os dois times apresentaram. A quantidade de gols é proporcional ao nível de eletricidade e emoção da partida. Um jogo cheio de reviravoltas, digno dos mais raros almanaques da história do futebol brasileiro.

Esse é o nosso clássico, o Clássico-Rei… Que venha o próximo capítulo dessa monumental história!