A atriz Aracy Balabanian teve uma longa e bem-sucedida carreira em mais de cinco décadas de atuação no cinema, no teatro e na televisão.
Relembre a carreira de Aracy Balabanian, a eterna Dona Armênia
A atriz Aracy Balabanian nos deixou nesta segunda-feira (07), mas marcou gerações com uma carreira que abrange mais de cinco décadas de contribuições para o teatro, televisão e cinema do Brasil. Aracy fez personagens inesquecíveis, como a Dona Armênia da novela “Rainha da Sucata” e Cassandra do seriado “Sai de Baixo”.
Nascida em 22 de fevereiro de 1940, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Aracy Balabanian mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de realizar o sonho de ser atriz. Assim, a paixão pelas artes cênicas a levou a estudar na Escola de Teatro Martins Pena, onde aprimorou as habilidades e despertou o interesse pelo teatro.
Em seguida, o primeiro grande destaque nos palcos aconteceu quando Aracy ingressou no Teatro Tablado, uma renomada escola de teatro no Rio de Janeiro fundada por Maria Clara Machado. A partir desse momento, Aracy Balabanian começou a consolidar sua carreira teatral, atuando em diversas peças e espetáculos que lhe renderam reconhecimento e admiração do público e da crítica.
No entanto, foi na televisão que ela alcançou enorme popularidade e se tornou uma figura icônica do entretenimento brasileiro. Desse modo, a estreia na TV ocorreu na década de 1960, na extinta TV Excelsior, onde participou de programas humorísticos e telenovelas. Ao longo dos anos, Aracy acumulou um vasto currículo de personagens marcantes em novelas de diversas emissoras, como “Assim na Terra como no Céu” (1969), “A Fábrica” (1971), “O Bem-Amado” (1973), “Cara a Cara” (1979), e “Vale Tudo” (1988), entre outras.
Dona Armênia, de “Rainha da Sucata”
Em sua longa carreira, Aracy teve a oportunidade de dar vida a diversos papéis inesquecíveis. Mas, um dos mais emblemáticos, foi o da personagem Dona Armênia na novela “Rainha da Sucata”, que foi ao ar em 1990 na TV Globo. A personagem fez tanto sucesso retornou na novela “Deus nos Acuda”, exibida em 1992, na mesma emissora.
Dona Armênia era uma imigrante armênia que se destacava pelo português recheado de sotaque e pela peculiaridade de inverter o gênero das palavras em grande parte das falas. Um exemplo marcante era o bordão “na chon”, que significava “no chão”, utilizado pela personagem para indicar onde queria que as pessoas ficassem ao cruzarem seu caminho ou o de seus filhos. Aracy encontrava inspiração para compor esse sotaque em seus próprios pais, que eram armênios.
Outro traço forte de Dona Armênia era sua relação superprotetora com os filhos Geraldo (Marcello Novaes), Gerson (Gerson Brenner) e Gino (Jandir Ferrari), aos quais ela carinhosamente chamava de “filhinhas” e tratava como se fossem eternos bebês.
Para muitos amantes de novelas, Dona Armênia é a personagem mais icônica de Rainha da Sucata e representa uma das interpretações mais marcantes na carreira de Aracy Balabanian que soube dar vida à personagem de forma cativante. Dona Armênia conquistou o público com suas tiradas engraçadas e momentos emocionantes, tornando-se uma das personagens mais queridas da trama.
Já Aracy Balabanian brilhou ao lado de um elenco talentoso e consagrado, deixando sua marca como uma das grandes estrelas da produção.
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Cassandra, do seriado Sai de Baixo
A trajetória de Aracy na televisão incluiu também participações em diversas outras produções, tanto em novelas quanto em séries e programas humorísticos. A atriz ficou imortalizada na mente do público como Cassandra, a icônica personagem que interpretou no humorístico “Sai de Baixo”, da TV Globo. Mesmo quase duas décadas após o término do programa, as pessoas ainda a abordavam nas ruas chamando-a de Cassandra.
A personagem Cassandra era uma das mais engraçadas da série. Uma perua falida, ela vivia em conflitos hilários com o genro Caco Antibes, interpretado por Miguel Falabella. As trocas de farpas entre os dois rendiam frases e apelidos hilariantes, tornando as cenas memoráveis.
Parte do charme de Cassandra estava no talento de Aracy Balabanian para improvisar e reagir aos improvisos dos colegas. Sua risada contagiante e espontânea muitas vezes a fazia perder o controle em cena, gerando ainda mais diversão para o público.
Em uma entrevista ao programa Conversa com Bial, em 2022, Aracy revelou que chegou a pedir para sair do “Sai de Baixo” devido às crises de riso que enfrentava. Seu pai costumava corrigi-la por rir ou chorar antes de concluir suas falas. No entanto, o então diretor, Daniel Filho, a encorajou a rir sempre que sentisse vontade, o que ela prontamente seguiu, proporcionando momentos impagáveis para os telespectadores.
Um dos episódios que exemplifica o talento de Aracy Balabanian para improvisar é quando Cassandra interpreta a Rainha do Cangaço em um filme montado por Caco e Vavá (interpretado por Luis Gustavo). Suas tentativas repetidas de concluir a cena sem conseguir conter o riso tornam tudo ainda mais engraçado e encantam o público.
Aracy no cinema e no teatro
Além de seu sucesso na televisão, Aracy Balabanian também teve importante participação no cinema brasileiro. Ademais, ela atuou em filmes como “Bonitinha, mas Ordinária” (1981), “Saneamento Básico, O Filme” (2007), “O Invasor” (2002) e “Gatão de Meia Idade” (2006). Sua versatilidade como atriz permitiu que ela se destacasse tanto em papéis dramáticos quanto em comédias, mostrando sua capacidade de se adaptar a diferentes gêneros cinematográficos.
Além disso, Aracy também é conhecida por suas atuações no teatro, onde protagonizou diversas peças ao longo de sua carreira. Por conseguinte, sua dedicação ao teatro brasileiro lhe rendeu prêmios e reconhecimento por sua contribuição ao meio artístico.
Em suma, Aracy Balabanian é uma artista completa, cujo talento transcendeu as barreiras da atuação e a tornou uma figura querida e respeitada no cenário cultural do Brasil. Por outro lado, sua longa e bem-sucedida carreira é um exemplo de dedicação e amor às artes, inspirando gerações de atores e atrizes que vieram depois dela. Além disso, sua contribuição para o enriquecimento da cultura brasileira é inegável, e seu legado será lembrado com carinho e admiração por muitos anos.
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